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Metroviários enfrentam TRT

Liberação de catraca não substitui greve

Paralisação dos metroviários de São Paulo começou às 00h00 da quinta-feira, a greve teve bastante adesão inicial, o que mostra que a base está disposta a lutar.

Ontem (23), os metroviários de São Paulo, após várias tentativas de negociação e três mediações com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), iniciaram uma greve. A decisão se deu na última quarta-feira (22) em assembleia da categoria. Antes, houve mais uma audiência de conciliação frustrada com o TRT. A paralisação atinge as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, e o monotrilho linha 15-Prata

A luta da categoria é pela contratação de mais trabalhadores por meio de concurso público para todas as áreas do Metrô que estão com falta de mão de obra, e pelo pagamento de um abono referente a três anos de Participação nos Resultados (PRs), de 2020, 2021 e 2022, que não foram pagas pelo Metrô. O Sindicato sugeriu que o abono seja no valor de R$ 7,5 mil.

Em nota divulgada no site do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a direção da entidade diz que “vem tentando negociar com o governo desde o início do ano, inclusive com mediação do TRT. Além dos problemas de falta de funcionários e de investimentos, o governo deixou de pagar a Participação nos Resultados da categoria nos últimos três anos”.

Segundo a instituição, a categoria está disposta a negociar a qualquer momento para buscar um acordo. As direções sindicais propuseram, como alternativa à greve, trabalhar normalmente, mas com as catracas abertas, ou seja, sem cobrança de passagem.

O TRT decidiu acatar a proposta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo em oposição à liminar impetrada pelo governador Tarcísio, que é de um efetivo mínimo de circulação dos trens do metrô. No entanto, como a justiça sempre pende para o lado dos patrões e, no caso, o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o TRT propôs, devido à falta de acordo entre as partes, que os metroviários suspendessem a greve, o que não aconteceu.

Deve ficar claro que a proposta de liberação de catracas é uma medida contrária à mobilização dos trabalhadores, e que não atingirá os objetivos almejados pela categoria. Finalmente, os patrões só concederão direitos trabalhistas se forem obrigados e, para tal, uma greve deve instaurar um verdadeiro caos, algo atingido pela parada integral da circulação do metrô em São Paulo.

A política de liberação de catracas é tão ineficiente que, pouco tempo depois, tanto o governador bolsonarista de São Paulo, Tarcísio Freitas, quanto a direção do Metrô desistiram  do acordo e continuaram exigindo o fim da greve da categoria.

Mais grave que isso, a Justiça do Trabalho, cumprindo seu papel de inimiga do trabalhador, determinou que os metroviários trabalhem com efetivo de 80% no horário de pico e de 60% nos demais horários. Além disso, estipulou-se multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento, uma determinação que, na prática, inviabiliza a greve e ataca um dos direitos mais importantes da classe operária.

Felizmente, a categoria resistiu aos ataques fascistas do judiciário e manteve a greve independente da multa estipulada pelo TRT. 2 mil metroviários votaram na assembleia que decidiu a manutenção da paralisação, com 81% favoráveis e 16% contrários.

É preciso superar as limitações da direção do sindicato que, em várias oportunidades, impediu que a categoria conseguisse atingir os seus verdadeiros objetivos. Nesse sentido, é preciso intensificar a luta, chamar o apoio de todas as organizações do movimento operário e da população para que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas.

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