A primeira intifada, também conhecida como ‘guerra das pedras’, foi produto das ações violentas de soldados israelenses contra os refugiados do campo localizado na cidade de Jabaliyah, no extremo norte da Faixa de Gaza.
As sucessivas agressões e intimidações levaram a população, especialmente os jovens, a atacarem os soldados com o que tinham disponível: paus e pedras.
Durante longos seis anos de conflito, milhares de jovens palestinos foram dizimados pelas forças israelenses, o que demostra a atitude corriqueira de “Israel” de responder com intensidade extremamente desigual aos ataques dos palestinos.
No conflito atual, são atribuídas cinco mil mortes ao Hamas, enquanto que “Israel” já matou mais de 15 mil pessoas e continua matando até o último ser vivo na Faixa de Gaza.
Com crueldade semelhante ao que é praticado agora, na primeira intifada a ordem do então primeiro ministro de “Israel”, Yitzhak Rabin, foi que o exército quebrasse os ossos dos palestinos. E mesmo sob tamanha força bélica, os palestinos resistiram por muitos anos com a juventude à frente do levante.
Mesmo após o Acordo de Oslo, que encerrou a primeira intifada, os abusos de “Israel” contra o povo palestino continuaram e provocaram a segunda intifada, com as mesmas características de desigualdade no armamento e combate da primeira: armas de fogo com alto poder destrutivo contra pedras atiradas com baladeiras.
Mais uma vez, os jovens palestinos estavam no centro do conflito, e, novamente, foram massacrados.
Aqui vemos outra característica da ação covarde de “Israel” que é quebrar acordos. No massacre em andamento, “Israel” quebrou o cessar-fogo alegando ataques dos palestinos, fato que não foi provado até o momento.
“Israel” atua na Faixa de Gaza como uma jiboia age com sua presa: a cada movimento de libertação, ele aperta mais!
Entre as intifadas, “Israel” aumentou o número de soldados em Gaza, seguiu com a invasão e expulsão dos palestinos do território, mudou rotas de saída, instalou os checkpoints com enorme protocolo de checagem para controlar o trânsito dos palestinos da parte oriental para a ocidental.
A intifada é um marco da revolta dos jovens contra tudo isto e tornou-se símbolo mundial da resistência jovem. O levante dos jovens da periferia de Paris em 2005 recebeu nomes como pequena intifada e intifada de Paris, lembrando a ação dos jovens palestinos nestes dois conflitos.
Não há descanso ou paz para a Palestina! Mas isso nunca significou que não há fôlego para lutar. De forma que a juventude responde com levantes, recrutamentos, alistamentos em grupos como Hamas, para continuar resistindo ao extermínio em curso há mais de 75 anos. A intifada é um fato histórico, e como tal, pode ser descrito por vários ângulos. Há aquele que descreve o massacre dos jovens. Mas os revolucionários devem olhar pelo ângulo que exalta a força juvenil como exemplo para resistência mundial contra os opressores. Viva à Palestina!