Justiça, pela terceira vez, determina despejo de famílias no acampamento Cláudia Sena em Guaratinga/BA.
No dia 07 de fevereiro de 2023, o acampamento Claudia Sena, localizado no município de Itabela/BA, extremo sul baiano, foi despejado por ordem do juiz Roberto Costa de Freitas Junior, firme defensor do “direito” dos latifundiários.
Cento e setenta e oito famílias que vivem no acampamento foram despejadas por determinação da justiça.
A justiça como já é contumaz defende os interesses dos latifundiários, mesmo que a terra, como esta determinado na constituição, não cumpra com sua função social, sendo permitido que vivam na terra aqueles que realmente usufruem dela.
Nos quase um ano de disputa judicial, o juiz de primeira instância vem seguindo a cartilha do estado burguês, garantindo os interesses dos latifundiários.De forma arbitrária sequer notifica a Defensoria Pública e o Ministério Público a se manifestar no processo, o que fere frontalmente o estabelecido na legislação e fere o devido processo legal.
Segundo as famílias ligadas ao MST – Movimento dos Sem Terra, a fazenda estava completamente abandonada quando foi ocupada pelas famílias em 02/03/22. Os supostos donos moram em Salvador e não exerciam qualquer tipo de atividade econômica ou uso das terras, tendo as terras a única função de reserva de valor. Depois que os acampados tomaram posse das terras essas vem cumprindo com sua função que é a de permitir a sobrevivência dos camponeses que nela trabalham.
Como já exaustivamente denunciado por esse diário, a justiça tem lado, e não é o da grande maioria do povo, mas sim dos capitalistas, latifundiários e bandidos de toda espécie, e os juízes em sua grande maioria estão ai para, com o uso da força policial, impedir que a população pobre tenha acesso aos seus direitos básicos.
O caminho apontado pelos acampados do MST na Bahia é o correto, invadir, invadir novamente, e de novo, até que tenham o acesso a terra garantidos. E não apenas invadir, mas formar comitês de auto defesa para impedir, inclusive com o uso da força, a ação arbitrária dos capangas dos latifundiários em sua ações violentas e de intimidação contra aqueles que apenas querem o seu pedaço de terra como garante inclusive a constituição de 1988.
O MST, FNL e as organizações de luta pela terra devem preparar o movimento nacional de luta pela terra, pressionando o governo Lula a retomar o processo de reforma agrária. Terra para quem nela vive e trabalha.