Há semanas, a imprensa burguesa vem veiculando notícias sobre a utilização particular de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e o recebimento de diárias para participar de um evento de cavalos por parte do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil). O ministro também escondeu mais de dois milhões de reais em patrimônio. Tem um haras e teria utilizado parte do valor não declarado para a compra de cavalos de raça. O ministro também é dono de uma grande fazenda no Maranhão, onde teria tentado asfaltar uma estrada que corta a propriedade com emendas parlamentares.
Dos seus “feitos”, o último divulgado foi a nomeação para os Correios de um apadrinhado do senador Weverton Rocha (PDT), que é amigo de Juscelino. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Rocha empregou no Senado o sócio do haras do ministro. Ou seja, teria sido uma troca de favores meramente motivada por fins pessoais.
O presidente Lula, na semana passada, se manifestou, dizendo que o ministro seria exonerado caso não conseguisse se explicar. A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, foi ainda mais enfática e disse que Juscelino deveria pedir demissão da pasta.
Mas o problema não é somente Juscelino Filho. Há uma clara sabotagem por parte do União Brasil contra o governo Lula que ficou comprovada em uma nota publicada pelo partido, na qual defende o ministro e ataca Gleisi e o PT.
“Quando atitudes dos seus aliados são contestadas – e não faltaram acusações a membros do PT na história recente do País – a parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, diz a nota. “Será que a presidente Gleisi fará a mesma declaração caso um integrante do seu partido seja alvo de ataques?”, completa o documento, assinado por Elmar Nascimento e Efraim Filho, líderes do União Brasil na Câmara e no Senado.
Dentro do Congresso, parlamentares do União Brasil se uniram à oposição que quer CPIs contra o governo e também votaram em Rogério Marinho, rival de Rodrigo Pacheco (apoiado por Lula) para a presidência do Senado. Em uma declaração anterior, Gleisi Hoffmann afirmou que o União Brasil não está “entregando” contrapartidas ao governo pelos três ministérios que lhes foram oferecidos.
Juscelino também infiltrou bolsonaristas no Ministério das Comunicações, sendo o segundo ministro do União Brasil a apresentar ligações com o bolsonarismo dentro do governo – a primeira havia sido Daniela Carneiro, do Turismo, vinculada a milicianos.
Ao contrário do que é argumentado pela imprensa golpista, o principal problema do União Brasil nem mesmo são os seus esquemas espúrios de malversação do dinheiro público. Mesmo se o partido não estivesse envolvido com escândalos, já seria um acinte a sua participação no governo. Trata-se de uma legenda de aluguel para pistoleiros fisiológicos da direita nacional, funcionários do imperialismo como Sérgio Moro e políticos bolsonaristas.
É um partido de direita, com elementos de extrema-direita. Um partido golpista, formado pela fusão do DEM com o PSL (partido em que Jair Bolsonaro concorreu à presidência em 2018). Um partido que não participou minimamente da campanha que elegeu Lula em 2022 e que, portanto, nem sequer um único eleitor que votou em Lula escolheu para compor o governo. É um partido que se insinuou para entrar no governo meramente com intenções carguistas e sabotadoras. Não deve continuar na base governamental, pois, como demonstrado pelos fatos, está apenas atrapalhando o governo e o sabotando por dentro.
É preciso que não apenas Juscelino Filho seja expulso, mas que todo o União Brasil caia fora do governo Lula, eleito pelos trabalhadores para governar para os trabalhadores. Fora Juscelino Filho, União Brasil e todos os partidos golpistas do governo!
