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Junta acusa França de planejar invasão do Níger

Niamei informa que tropas franceses estão se posicionando na Costa do Marfim, no Senegal e no Benin. Resta ver, no entanto, se o tiro não sairá pela culatra

Segundo o coronel Amadou Abdramane, porta-voz do governo provisório em Niamey, “a França continua mobilizando suas forças em vários países da CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) como parte dos preparativos para uma agressão contra o Níger, que está planejando em colaboração com esta organização comunitária,” disse, em comunicado divulgado na televisão nacional no último sábado (9). Abdramane informa que os franceses estão se posicionando “na Costa do Marfim, no Senegal e no Benin” e voltou a exigir a retirada das tropas francesas que ocupam o país, contra a determinação da junta que governa o Níger, e também o desejo do povo. A declaração conclui apelando “à opinião pública nacional e internacional para testemunhar as consequências desta atitude agressiva, desleal e desdenhosa adotada pela França”.

As relações entre o Níger e a França deterioraram-se desde que Paris bancou a defesa do impopular presidente, Mohamed Bazoum, derrubado em 26 de julho, em meio a um golpe de Estado amplamente apoiado pela população. Na sequência do golpe de 26 de julho, a CEDEAO ameaçou invadir o Níger e reconduzir Mohamed Bazoum ao cargo. O governo francês, por sua vez, também declararam várias vezes que Paris apoiaria a ação militar do bloco, que ainda não aconteceu.

No dia 25, a junta militar deu um ultimato ao embaixador francês, para que saísse em até 48 horas, o que não aconteceu. Paris insiste que a junta não tem autoridade para tal e se recusa também a tirar os cerca de 1,5 mil soldados franceses no país. O presidente francês, Emmanuel Macron, deixou claro que a potência imperialista manterá suas tropas na nação africana, informando: “não reconhecemos qualquer legitimidade nas declarações dos golpistas”. “Eu faria isso [retirar as tropas francesas] apenas a pedido do presidente Bazoum “, concluiu o mandatário francês em entrevista coletiva na Índia, onde participa da reunião de cúpula do G20.

Desde fevereiro de 2013, o Níger sofre com a ocupação de tropas imperialistas, enviadas ao país na esteira da chamada “Guerra ao Terror”, sob o pretexto de combater o que o imperialismo chama de “terrorismo”, os movimentos nacionalistas de orientação religiosa, liderados na região do Sahel principalmente por Boko Haram, Estado Islâmico e Al-Qaeda. Sob a liderança de França e EUA, nas nações desenvolvidas incrementaram a brutal espoliação do país e impuseram, elas próprias, um regime de terror genocida.

Segundo o estudo Cost of War, conduzido pelo do norte-americano Watson Institute, da Brown University, desde 9 de setembro de 2001 até março deste ano, as campanhas militares do imperialismo contra os países atrasados da África e da Ásia (incluindo, claro, o Oriente Médio) já custou mais de um milhão de vidas na região (“Human Cost of Post-9/11 Wars: Direct War Deaths In Major War Zones, Afghanistan & Pakistan [Oct. 2001 – Aug. 2021]; Iraq [March 2003 – March 2023]; Syria [Sept. 2014 – March 2023]; Yemen [Oct. 2002-Aug. 2021] And Other Post-9/11 War Zones”). O estudo, no entanto, adverte: “Um número várias vezes maior de pessoas morreu devido a consequências, como falta de água, esgoto e outros problemas de infraestruturas, e doenças relacionadas com a guerra”, lembra.

Outro estudo, conduzido pela organização australiana Institute for Economics and Peace (IEP) e responsável por produzir o Índice de Terrorismo Global (GTI na sigla em inglês) aponta que “o Sahel é atualmente responsável por 43% das mortes por terrorismo em todo o mundo” (“The Sahel Now Accounts for 43% of Global Terrorism Deaths”, Mark Andrew Green, 16/5/2023). A nota é assinada por Mark Andrew Green, ex-embaixador norte-americano, atualmente presidente do Centro Internacional para Acadêmicos Woodrow Wilson (sediado em Washington), e ex-diretor do famigerado USAID.

O dado destacado por Green explica a enorme radicalização dos povos africanos contra os invasores imperialistas e o crime cometido pelos franceses, que junto aos americanos, se mobilizam para recuperar o controle do país africano. As sucessivas crises (entre as quais o fracasso do imperialismo em manter o G20 disciplinado) colocam às claras a necessidade das potências centrais intervirem, custe o que custar. Com os militares dirigindo as revoltas do Sahel, no entanto, resta ver se o tiro não sairá pela culatra, de modo que os países do CEDEAO que ainda permanecem sob controle, não acabarão eles próprios rebelados, o que aumentaria exponencialmente a crise no interior do imperialismo e em especial da já muito fragilizada França.

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