Golpe na Ucrânia

Julgamento comprova que “Massacre do Maidan” foi bandeira falsa

O julgamento dos “crimes de Maidan”, inocenta polícias de Kiev do massacre na Praça Maida em 2014.

Nesta semana, o julgamento dos “crimes de Maidan” inocentou polícias de Kiev do massacre na Praça Maidan em 2014. Investigações apontaram que a execução dos manifestantes foi realizada pelo grupo de extrema-direita Svoboda, que promovia a manifestação em oposição ao então presidente Viktor Yanukovych.

O Julgamento

Os acusados eram cinco policiais que atuaram na manifestação da extrema direta na Praça Maidan. Mesmo com as investigações tendo iniciado em 2014, o veredicto do Tribunal Distrital de Sviatoshyn da Ucrânia foi promulgado apenas no dia 18 de outubro de 2023.

Zelensky chegou a trocar os acusados por prisioneiros detidos por separatistas do Donbass. Dois acusados retornaram aos domínios de Kiev para prosseguir com o julgamento, os três restantes foram condenados por 31 acusações de homicídio e 44 acusações de tentativa de homicídio.

Dos dois acusados que compareceram ao júri para questionar as acusações, um foi totalmente absolvido e o outro foi condenado à prisão por alegado “abuso de poder”, algo distante dos supostos “crimes de Maidan”.

O massacre de Maidan

Na campanha realizada ela extrema direita ucraniana, os manifestantes teriam sido fuzilados pelos agentes de polícia do governo Yanukovych. Ocorre que centenas de testemunhas e todas as provas são desfavoráveis a essa versão dos acontecimentos.

O próprio tribunal que condenou três acusados acabou por concluir, contrariando essas condenações, que as provas: “foram suficientes para concluir categoricamente que, na manhã de 20 de fevereiro de 2014, pessoas com armas, das quais foram disparados os tiros, estavam nas instalações do Hotel Ukraina”.

O “Hotel Ukraina” estava dominado pela extrema direita Svoboda, sendo uma de suas bases de operações. Portanto, o local não era “controlado pelas agências de aplicação da lei naquela época”.

O tribunal chegou a reconhecer que “devido à falta de informação, à incompletude ou à natureza contraditória dos dados apresentados” em 28 dos 128 tiroteios investigados, o “envolvimento dos agentes da lei não foi comprovado”. Ainda que “outras pessoas desconhecidas não possam ser descartadas”, esses eram os agentes do Svoboda.

Segundo professor de ciências políticas da Universidade de Ottawa, Dr. Ivan Katchanovski: “o julgamento produziu um volume extraordinário de provas que provam que os manifestantes foram alvejados a partir de vários edifícios controlados por elementos pró-Maidan”.

“Mais de 100 testemunhas, incluindo 51 ativistas antigovernamentais feridos durante o tiroteio” (…) testemunharam ter sido baleado nessas áreas ou ter visto atiradores localizados lá”, completa Katchanovski.

Um contra 40

Katchanovski declarou ao The Grayzone que a farsa da condenação dos três policiais pelo assassinato de 28 manifestantes de Maidan e a tentativa de assassinato de 36 foram “baseada em um único exame balístico forense fabricado”.

Esse único “exame forense de balas reverteu [os] resultados de 40 outros exames balísticos” anteriores. Katchanovski, ainda observa que os exames descartados “mostrou que as balas da polícia de Berkut não correspondiam às recuperadas dos corpos dos manifestantes mortos de Maidan”.

A farsa da SITU

Uma farsa grotesca desse processo, pago diretamente pela Open Society Foundations, de George Soros, foi o modelo 3D do cenário da execução de três ativistas da Maidan. O projeto foi executado pela empresa “prática de arquitetura não convencional” denominada SITU, ao preço de 100.000 dólares.

O modelo alterou os ângulos de trajetória dos projéteis e a localização dos ferimentos nas vítimas, removendo das laterais ou traseira do corpo para a dianteira. Todas as mudanças tinham como objetivo incriminar os policiais pelos assassinatos.

Segundo Katchanovski: “Isto é fraude e desinformação deliberadas”. “A modelagem falsa da SITU permitiu ao The New York Times e muitos outros negar a existência de atiradores de elite de Maidan e rotular como ‘teoria da conspiração’ qualquer sugestão de que o massacre fosse uma ‘bandeira falsa’”.

Serhiy Pashinksy

Serhiy Pashinksy, ex-parlamentar ucraniano, atual traficante de armas, figura central no golpe de Maidan, chegou a ser acusado por três mercenários georgianos de organizar pessoalmente o massacre de fevereiro de 2014, disponibilizando armas e definindo os manifestantes a serem alvejados.

Mesmo após ter sido denunciado como um “criminoso” por Zelensky, Pashinksy tornou-se o principal fornecedor de armas privado da Ucrânia, fornecendo granadas de artilharia e foguetes “através de uma rede transeuropeia de intermediários”, acumulando uma fortuna de centenas de milhões de dólares.

De Maidan para Odessa

Katchanovski denunciou a participação de Pashinksy na organização dos assassinatos em  Maidan e Odessa: “Um atirador georgiano que confessou o seu papel no massacre de Maidan num documentário israelita também revelou que um dos organizadores do massacre os despachou para Odessa pouco antes do ataque aos separatistas ali”.

Em Odessa, em maio de 2014, dezenas de opositores ao regime golpista de Maidan foram acuados a Casa dos Sindicatos da cidade. O prédio foi incendiado com os opositores do golpe em seu interior.

Houve 46 mortes fatais em razão das queimaduras, envenenamento por monóxido de carbono e tentativas de escapar saltando das janelas.

Cobertura do governo Zelensky

Após o golpe, o tribunal chegou a ser invadido por elementos neonazistas do Batalhão Azov, que chegaram a agredir o juiz presidente. Pneus foram incendiados no exterior da Corte, ameaçando incendiar a edificação.

Em 2014, logo após o golpe, foi promulgada uma legislação de anistia aos golpistas, com perdão total. O sucessor de Yanukovych, o golpista Petro Poroshenko, bloqueou todos os esforços para se investigar as mortes.

Para Katchanovski: “A pressão secreta da administração de Zelensky e da extrema-direita é provavelmente muito maior do que a que vimos publicamente”. “O judiciário da Ucrânia não é independente. A administração de Zelensky interfere rotineira e abertamente nos processos, e até demitiu todo o Tribunal Constitucional. É uma situação muito difícil para os juízes e para o júri. Houve ameaças diretas da extrema direita para condenar os acusados.” Completa Katchanovski.

As consequências do golpe de Maidan foi o conflito em Donbass, custando mais de 14 mil vidas, e a Guerra da Ucrânia, que implicou na devastação daquele país, forçada pelo imperialismo.

Como retaliação a seu trabalho investigativo e de denúncia, propriedades de Katchanovski foram confiscadas por tribunais locais. Entretanto, Katchanovski acredita que: “um dia, a verdade sobre o que aconteceu será oficialmente reconhecida – a única questão é quando”.

“O atraso no reconhecimento e a falta de justiça neste caso já custaram muito caro à Ucrânia. Existem muitos conflitos, incluindo a guerra em curso, que surgiu a partir do massacre de Maidan. Como resultado, inúmeras pessoas sofreram desnecessariamente. O tempo para a verdade e a reconciliação já passou”, conclui Katchanovski.

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