Um estudo recente conduzido pela Agenda Jovem Fiocruz e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio revelou dados alarmantes sobre a situação dos jovens brasileiros no mercado de trabalho. Segundo o “Panorama da Situação de Saúde de Jovens Brasileiros de 2016 a 2022: Intersecções entre Juventude, Saúde e Trabalho”, quatro em cada dez brasileiros, entre 15 e 29 anos empregados, trabalham na informalidade, expondo-os a diversas situações de risco. Durante o período abrangido pelo estudo, os jovens entre 15 e 29 anos representaram um terço de todos os acidentes de trabalho notificados, totalizando 324 mil casos, afetando 43,6% dos jovens nessa faixa etária.
O estudo aponta ainda que, dos acidentes relacionados a materiais biológicos no trabalho, 37% dos casos também tem os jovens trabalhadores como vítimas. As mulheres também se destacam: 74% das vítimas. As jovens trabalhadoras enfrentam maiores riscos, especialmente aquelas envolvidas em cargos de assistência à saúde, como técnicos de enfermagem, que representam 32% das notificações, segundo o estudo supracitado.
Além dos acidentes físicos, o estudo também aponta para uma alarmante prevalência de transtornos de saúde mental relacionados ao trabalho entre os jovens. 58% dos casos que buscaram serviços médicos eram de indivíduos com idades entre 25 e 29 anos, e 74%, novamente, eram mulheres.
Quando analisados os dados sobre a saúde dos jovens fora do ambiente laboral, outra preocupação emerge. Transtornos mentais destaca-se como a principal causa de internação entre homens de 15 a 29 anos, com registros de casos de esquizofrenia, psicose e o abuso de álcool e drogas. Os jovens brasileiros enfrentam não apenas os desafios da informalidade, mas também a exposição a ambientes de trabalho altamente insalubres, que colocam em risco sua saúde física e mental.