A tão festejada “democracia” em abstrato dos países imperialistas está se tornando cada vez mais uma abstração, já que, na prática, a política desses países têm sido a de agir de forma cada vez mais antidemocrática. A guerra contra a Rússia e a necessidade de adiar o já visível fracasso do imperialismo no comando da Ucrânia tem acelerado a repressão dentro dos países aliados da Otan.
Na Alemanha, o ativista pela paz entre a Rússia e Ucrânia, Heiner Bücker, foi condenado pelo tribunal alemão a quarenta dias de prisão ou pagamento de multa de dois mil euros por “perturbação da paz pública” após a realização de protestos em frente à chancelaria contra a entrega de tanques de guerra Leopard à Ucrânia.
A notícia de que o ativista vai a julgamento veio da companheira Edleuza Peixoto, que organiza o Coletivo Luta Contra o Fascismo no Brasil na Alemanha. Ela é amiga pessoal de Heiner e está em contato direto com o ativista, além disso, também está sendo veiculada pelo jornal alemão Junge Welt.
Segundo Edleuza, Heiner está em mau estado de saúde e tem medo de sofrer represália em seu bar, de alemães ou imigrantes ucranianos. Ela ainda comentou que a bandeira russa está proibida em manifestações públicas. Uma faixa contendo os dizeres “Não se esqueçam do massacre no Donbass em 2014” também foi proibida pela polícia em manifestações que a própria companheira participou.
Além de Heiner, também a jornalista alemã Alina Lipp, está ameaçada de condenação pelo tribunal alemão a três anos de cadeia por haver feito reportagens na região do Donbass na região leste da Ucrânia, onde localizam se as repúblicas separatistas pró Rússia, Donetsk e Lugansk, para o seu canal no telegram “News From Russia”.
Alina está sendo acusada pela justiça alemã do “crime” de – pasmem – apoiar a invasão Russa à Ucrânia.
Em carta enviada pelo Ministério Público alemão informando Alina sobre as acusações, a instituição descreve que a jornalista está sendo processada por, “dizer no seu canal do Telegram que a população de Donbass apóia o fato de a Rússia ter lançado uma operação especial”, “também por dizer que há vários anos os ucranianos matam civis no Donbass e que isso é genocídio”.
Alina também informou que a justiça alemã retirou 1600 euros da sua conta como represália sem nem ao menos a informar e ainda bloqueou a conta bancária do seu pai.
Assim como Heiner e Alina, a jornalista canadense Eva Bartlett, que vêm reportando os crimes cometidos pelo governo de Kiev há anos contra a população pró Rússia na Ucrânia está sendo ameaçada de morte, desta vez pelo governo de Volodymyr Zelensky.
Em coro com o governo ucraniano financiado pela Otan, os países imperialistas estão promovendo uma verdadeira caça às bruxas contra os jornalistas que se debruçam sobre os crimes dos nazistas de Kiev.
Em países “democráticos” como a Alemanha, Estados Unidos e Ucrânia só é permitido falar sobre a guerra da Ucrânia para defender o governo fantoche da Otan.