Na segunda-feira (6), o antigo líder do Partido Trabalhista inglês, Jeremy Corbyn, publicou um artigo em que urgia que o Tribunal Penal Internacional julgasse “Israel” pelo crime de genocídio. Ele, que é um antigo apoiador da causa palestina, sofreu um processo de expurgo no seu partido pelos setores sionistas. Hoje a ala que controla o partido é radicalmente sionista e assina em baixo do genocídio em Gaza.
Nas palavras de Corbyn: “A Tribunal Penal Internacional define genocídio de acordo com vários critérios. O genocídio pode ser cometido matando, causando sérios danos físicos ou mentais, infligindo deliberadamente condições de vida calculadas para causar destruição física, impondo medidas destinadas a impedir nascimentos ou transferindo crianças à força. Em todos os casos, deve haver a intenção de destruir, em parte ou no todo, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso específico.
Em 2 de novembro, sete Relatores Especiais da ONU disseram que ‘permanecem convencidos de que o povo palestino está em grave risco de genocídio’. Isso seguiu a renúncia de Craig Mokhiber, Diretor do escritório da ONU em Nova York, que caracterizou os horrores em Gaza como um ‘caso clássico de genocídio’ destinado à ‘destruição acelerada dos últimos resquícios da vida indígena na Palestina’.
Em sua carta de renúncia, ele mencionou o ‘massacre em larga escala do povo palestino… baseado inteiramente em seu status como árabes’, bem como a contínua apreensão de casas na Cisjordânia. Ele destacou as ‘declarações explícitas de intenção de líderes do governo e das forças armadas israelenses’.
Genocídio é um termo que deve ser usado com cuidado. Há muitos horrores na história que são terríveis o suficiente por conta própria, sem merecerem esse rótulo. O termo possui uma definição legal, uma base legal e implicações legais. É por isso que, quando especialistas internacionais nesse campo nos alertam sobre genocídio, devemos prestar atenção. E é por isso que precisamos de um cessar-fogo imediato, seguido de uma investigação urgente pelo Tribunal Penal Internacional.
A TPI não deve apenas investigar o crime de genocídio, mas todos os crimes de guerra cometidos por todas as partes ao longo do último mês. O governo do Reino Unido tem a autoridade e a responsabilidade de pedir essa investigação. Até agora, ele se recusou a denunciar as atrocidades que estão acontecendo diante de nossos olhos. Os blecautes em Gaza podem ser temporários, mas a impunidade é permanente, e nosso governo continua dando ao exército israelense a cobertura de que ele precisa para cometer seus crimes na escuridão.”