Reportagem Não Minta
No episódio de número 155 do programa Não compre jornais, minta você mesmo, com a manchete Já chegou o disco voador! os companheiros Eduardo Vasco e Cifa mais uma vez discutiram, só que por um viés marxista e independente, os principais acontecimentos veiculados pela imprensa burguesa nacional e internacional ao longo da semana.
Seguem os ataques do Estadão
Inicialmente, os companheiros, citando três de muitos exemplos, apresentam os recentes editoriais publicados pelo, velho e já conhecido periódico reacionário, Estadão, que tem se dedicado a atacar o governo do presidente Lula. Publicado na segunda-feira última, com o título O governo ‘fraco’ abriu para os negócios ao afirmar que pelo fato do governo Lula tentar estabelecer negociações com o Congresso, o que é uma prática corrente em todos os governos, o jornal aponta ser este “o modo petista de governar” e ainda disse ser essa uma prática típica do “que levou ao mensalão e ao petrolão durante o mandarinato Lulopetista”.
Já em outro editorial, publicado no mesmo dia, intitulado A ofensiva contra as agências reguladoras, o editorial, na explicação do companheiro Eduardo Vasco, “Aproveita o caso do Banco Central em que o presidente Lula abriu o debate a respeito da autonomia do BC e também da própria autoridade do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que foi escolhido para presidir o órgão pelo Jair Bolsonaro e, portanto, ele é um funcionário do Bolsonaro dentro do Governo” para demonstrar que esta é uma ofensiva do presidente Lula por estar atacando as agências reguladoras por serem importantes e conseguirem “Proteger agências públicas, agências governamentais do controle dos interesses mesquinhos de políticos, que precisariam agradar a sua base”. Esse posicionamento em defesa dos interesses do capital, na figura dos chamados acionistas ou investidores, por parte do Estadão demonstra claramente que Lula está se empenhando em uma política acertada ao confrontar os interesses da burguesia, que é manter o Banco Central sob seu poder e que todos anos só faz drenar os recursos públicos e, ao mesmo tempo, aprofundar o estado de miséria da classe trabalhadora.
Por último, com o editorial Mais realismo na diplomacia, presidente, o Estadão aponta que se, por um lado, “O saldo diplomático do Governo é positivo, especialmente na questão ambiental”, por outro,“ Lula precisa parar de desperdiçar capital com temas que escapam à esfera de atuação do Brasil”. Ou seja, o que Lula precisa de fato fazer, segundo o Estadão, é “O que na verdade eles estão pedindo é mais realismo no sentido de seja mais leal ao rei, mais capacho, à realeza, que é o Joe Biden e o governo dos Estados Unidos” como esclareceu Vasco. Já que Lula, ao propor uma comissão para propor um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, vai de encontro ao objetivo do imperialismo que é dar continuidade à guerra e desmoralizar a Rússia. Como o Estadão é um vassalo dos EUA, é mais do que natural que ataque Lula nesse sentido.
Explosão do gasoduto
No segundo bloco do programa, a discussão se volta para a questão da guerra da Ucrânia. Mais precisamente, a respeito de envio de mergulhadores da marinha americana que foram enviados para explodirem o gasoduto Nord Stream, como denunciado pelo jornalista Seymour Hersh.
Como esclarecem os apresentadores, depois de constatado em pesquisa, “Dos veículos do chamado Ocidente, ou seja, África, América e Europa, eu só encontrei três notícias sobre isso. Uma dessas do The Times (…) uma outra da RFI, da mídia internacional da França, que também cita o Seymour Hersh” embora este acuse o jornalista em questão de acusar, como em uma espécie de calúnia, o governo norte-americano pela explosão do gasoduto, mesmo que Hersh tenha provado não a acusação, mas a denuncia, o fato concreto, a partir de fontes de primeira mão de pessoas que estavam envolvidas no processo. O que demonstra que imprensa internacional tem realizado uma campanha para encobrir mais essa manobra do imperialismo. O terceiro jornal a apresentar o fato foi o Reuters, mas baseado em declarações oriundas da Casa Branca.
Prova de que os EUA têm buscado encobrir o fato é que, ultimamente, na imprensa internacional, como por exemplo, a capa do The New York Times, após a questão dos balões chineses, estampou uma manchete onde relatou a aparição de óvnis nos Estados Unidos, no Canadá, no Uruguai. Esse ponto vem sendo noticiado há mais ou menos duas semanas, enquanto a questão Nord Stream e o descarrilamento do trem perto do rio Ohio na divisa com a Pensilvânia e o vazamento de produtos químicos, as consequências diretas desse fato na saúde de dezenas de pessoas e nos danos causados ao meio ambiente, sequer é mencionado pela imprensa hegemônica ou é apenas esparsamente citado aqui e ali na grande imprensa. Como o fato se deu em território norte-americano, o acontecimento é abafado ao máximo ou atenuado de maneira, pra dizer o mínimo, ridícula.
Para assistir o programa na íntegra acesse: https://youtu.be/MsvL7DDRJt4
