A terceirização foi uma forma jurídica e política encontrada pelos patrões para atacar, ao mesmo tempo, o valor da força de trabalho e a organização sindical dos trabalhadores, com vistas a diminuir, ainda mais, a sua capacidade de barganha. Além de ser uma forma de rebaixamento salarial e retirada de direitos – os terceirizados, no caso da categoria bancária, por exemplo, não estão cobertos pela Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários – a terceirização divide os trabalhadores.
Os banqueiros, se valendo dessa prerrogativa, vêm a cada momento aumentando a ofensiva reacionária aos trabalhadores terceirizados, transformando-os em verdadeiros escravos.
Foi o que aconteceu no Banco Itaú/Unibanco em Porto Velho (RO). O banco renovou o contrato com a empresa terceirizada responsável pela limpeza das agências bancária, sendo que neste novo contrato houve uma redução drástica do número de funcionários para a prestação de serviço e, estabelece no contrato que os funcionários têm apenas duas horas e cinquenta minutos para limpar cada uma agência, no decorrer da sua jornada de trabalho de oito horas.
Um verdadeiro absurdo, é humanamente impossível que uma pessoa possa fazer uma faxina, em uma agência bancária, em apenas duas horas e 50 minutos. Seria bem interessante ver a Neca Setubal, filha herdeira e acionista do Itaú/Unibanco dar o exemplo e, nesse intervalo de tempo, limpar apenas o banqueiro da sua suntuosa mansão.
“Uma funcionária da terceirizada vai, por exemplo, pela parte da manhã numa agência, trabalha duas horas e pouco numa agência da zona Sul e imediatamente vai para outra agência, lá na zona Leste, cumprir mais duas horas e pouco, e depois vai para outra agência trabalhar mais duas horas e pouco. Ora, é impossível que uma só trabalhadora consiga fazer a limpeza de uma agência inteira da forma correta. E ela só retornará a esta mesma agência no dia seguinte, para o mesmo desafio, que é tentar fazer a limpeza de toda a agência em um tempo tão reduzido. É claro que o serviço não fica completo, é inadequado, e as agências ficam sequer num estado minimamente aceitável de limpeza”, detalhou uma bancária. (Site Fetec/cn 20/04/2023)
Vê se logo que a renovação do contrato com a empresa terceirizada, feita pelo Itaú, nada mais é do que, sob uma maior exploração, aumentar ainda mais os seus fabulosos lucros, às custas da miséria e da superexploração dos trabalhadores terceirizados.
Estes ataques, que não são exclusivos do banco Itaú, é o método utilizado pelos demais banqueiros, comprovando que ao contrário do discurso de “criação de melhores condições” pelo banco aos trabalhadores, a situação dos mesmos é um verdadeiro caos.
Os trabalhadores, tanto dos bancos quanto das empresas terceirizadas, não devem aceitar as arbitrariedades dos banqueiros em setor algum dos bancos, e exigir que qualquer mudança deva ser resolvida entre os próprios trabalhadores em cada local de trabalho para por fim as práticas assediosas dos banqueiros golpistas.
