Assim que teve fim a trégua temporária entre a resistência palestina e “Israel”, já no dia 1º de dezembro, a máquina de propaganda do sionismo e do imperialismo foi colocada novamente a todo vapor na campanha de calúnias contra o Hamas, acusando os militantes do partido que desencadearam a Operação Dilúvio al-Aqsa de terem cometido estupro em massa de mulheres israelenses.
Uma matéria inteira foi dedicada a isto na BBC, imprensa do imperialismo britânico.
Ocorre que “Israel” não forneceu evidências para as novas alegações caluniosas contra o Hamas e a resistência palestinas. Todas elas baseiam-se em: depoimentos de membros da polícia de israelense; de soldados das Forças de Defesa de “Israel” (FDI); burocratas do alto escalão do Estado sionista; uma das agências de inteligência e, inclusive, uma ONG responsável por propagar mentiras já desmascaradas
É sobre tais fontes que a comissão criada por “Israel” para investigar os supostos crimes está amparada. Ou seja, em depoimentos de pessoas suspeitas que sequer presenciaram os acontecimentos.
Há alegações de que existem testemunhas diretas, ou seja, mulheres que foram estupradas por combates do Hamas no dia 7 de Outubro, em alguns dos kibutz. Contudo, até o momento, nenhum nome foi divulgado pelo governo israelense. Não se sabe quem seriam essas supostas vítimas. Aliás, sequer divulgaram o número de mulheres que teriam sido estupradas.
Ademais, deve ser frisado que a burocrata que lidera a comissão investigativa, Cochav Elkayam-Levy, utilizou como “evidência” a foto de uma combatente curda morta, foto esta divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores de “Israel” como sendo de uma israelense que teria sido morta pelo Hamas. Ocorre que, conforme investigação feita por Max Blumenthal, editor chefe do órgão de imprensa independente The Grayzone, essa foto já havia sido publicada em maio de 2023, em um sítio japonês, com a seguinte legenda: “belas soldadas curdas mortas no campo de batalha”.
Não bastando utilizar como “evidência” uma foto de um acontecimento diferente, Cochav Elkayam-Levy também ancora suas investigações em testemunhos que teriam sido extraídos pelo Shin Bet, uma das três agências de espionagem de “Israel”. Diz-se extraídos, pois o Shin Bet é notoriamente conhecido por torturar aqueles submetidos aos seus interrogatórios (especialmente palestinos).
Para desmoralizar ainda mais as acusações caluniosas feitas contra o Hamas, Elkayam-Levy também baseia suas investigações na Zaka, ONG sionista que dissemina desinformação, e que, curiosamente, foi fundada por um estuprador em série, Yehuda Meshi-Zahav, também conhecido como o “Jeffrey Epstein Haredi” (Haredi, pois Yehuda era um judeu ortodoxo, e Jeffrey Epstein era um burguês americano que estava envolvido com tráfico de mulheres), conforme constatado pelo Mintpress.
Foi da Zaka que impulsionou as calúnias de que o Hamas teria decapitado 40 bebês e de que bebês judeus teriam sido encontrados dependurados em varais de uma lavanderia, todas calúnias já desmascaradas, conforme noticiado neste Diário.
Até mesmo a imprensa sionista, por meio do jornal The Times of “Israel” foi forçada a reconhecer, em matéria publicada em novembro, que não há evidências materiais para fundamentar as acusações caluniosas de que o Hamas estuprou mulheres no dia 7. É verdade que a mesma matéria diz haver “testemunhos definitivos”, contudo não diz de quem e nem sob quais circunstâncias foram tomados.
O que serve para demonstrar que, assim como a história dos “40 bebês decapitados”, a campanha de que o Hamas cometeu estupro em massa no dia 7 de Outubro é uma falsificação da máquina de propaganda sionista. Uma medida do governo israelense para justificar a continuidade e a intensificação do genocídio contra Gaza.