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Não apenas violência física

Israel também foi fundado sobre o saque dos bens dos palestinos

Os sionistas utilizaram-se de brutal violência para expulsar cerca de 1 milhão de palestinos de suas casa, impedindo-os até de levar seus pertences pessoais.

O sionismo tem um caráter supremacista e genocida e o Estado de Israel foi erguido sobre incontáveis banhos de sangue e sobre uma opressão inimaginável do povo palestino. Sobre uma limpeza étnica. Desde o início dos mais recentes bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza, e dos ataques terrestres das forças sionistas ao enclave e também à Cisjordânia, a imprensa burguesa trata as mortes de palestinos como meros ocorridos, tragédias. Como se não houvesse assassinos genocidas (no caso, o Estado de Israel) por trás dessa ação. Como se não houvesse uma ideologia, uma política (no caso, o sionismo) por trás de mais este genocídio.

A fundação de Israel, um Estado supremacista, racista, só foi possível com a expulsão massiva da população palestina. Afinal, esta era a maioria, e o judeus (vindos da Europa), a minoria. A expulsão, por sua vez, só foi viável através de imensa violência, realizada principalmente por milícias fascistas, tais como a Haganá, o Irgun e a Lehi (gangue Stern).

Utilizando-se da mais abjeta violência, essas hordas sionistas expulsavam os palestinos de suas casas. Os sionistas queriam (e ainda querem) erguer um Estado supremacista judeu em toda a região da Palestina. Não bastando a violência com que a população local era expulsa de suas casas, violência esta que incluía assassinatos e estupros, os sionistas também impediam os palestinos de levarem seus pertences.

Inúmeros relatos expõem detalhadamente esses fatos no livro “A Limpeza Étnica da Palestina”, do escritor israelense Ilan Pappe.

Um dos destaques fica para a chamada Operação Dani, codinome para o ataque sionista às cidades palestinas de Lydd e Ramla, localizadas entre Jaffa e Jerusalem. Lydd foi o primeiro alvo. O comandante do ataque foi Yigal Allon e seu segundo em comando, Yitzhak Rabin (depois primeiro-ministro de Israel entre 1974 e 1977, 1992 e 1995).

Segundo Pappe:

“Um dos relatos mais detalhados sobre o que aconteceu em al-Lydd […] baseou-se em entrevistas com Spiro Munayar, que viveu toda a sua vida em Lydd e foi testemunha ocular dos acontecimentos naquele terrível dia em julho. Ele viu a ocupação, o massacre na mesquita, a forma como as tropas israelitas invadiram as casas e arrastaram as famílias – não poupando uma única casa. Ele viu as casas serem saqueadas e os refugiados roubados antes de serem instruídos a começar a marchar em direção ao Cisjordânia, num dos meses mais quentes do ano, num dos meses mais quentes lugares na Palestina

[…]

Munayar também contou as cenas angustiantes de expulsão que ele testemunhado:

Durante a noite os soldados começaram a entrar nas casas nas áreas eles ocuparam, reunindo a população e expulsando eles da cidade. Alguns foram instruídos a ir para Kharruba e Barfilyya, enquanto outros soldados diziam: ‘Vá ao rei Abdullah, a Ramallah’. As ruas cheias de pessoas partindo para destinos indeterminados destinos”.

Pappe ainda diz que o mesmo fora observado por jornalistas estrangeiros, que estavam em Lydd naquele dia. Jornalistas americanos convidados pelos sionistas para acompanhá-los relataram que “praticamente tudo (no caminho das forças israelenses) morreu. Corpos esparramados pelo acostamento”; e “os cadáveres de homens árabes, mulheres e até crianças espalhadas na esteira de impiedosamente brilhante cobrança de dívida”.

No mesmo sentido, relato de jornalista britânico do The London Economist:

“Que descreveu para seus leitores as cenas horríveis que ocorreram quando os habitantes foram forçadosa começarem a marchar depois de as suas casas terem sido saqueadas, os seus familiares assassinados e a sua cidade destruída: ‘Os refugiados árabes foram sistematicamente despojados de todos os seus pertences antes de serem enviados em sua jornada para a frentenível. Os pertences da casa, as lojas, as roupas, tudo teve que ser deixado para trás’”.

Citando novamente Spiro Munayar, o historiador reafirma o “roubo sistemático” a propriedade do povo palestino, realizada pelos sionistas:

“Os soldados ocupantes colocaram bloqueios em todas as estradas que conduziam leste e revistavam os refugiados, especialmente as mulheres, roubando suas jóias de ouro de seus pescoços, pulsos e dedos e tudo o mais estava escondido em suas roupas, assim como dinheiro e tudo mais que era precioso e leve o suficiente para carregar”.

Mas esse roubo sistemático da propriedade dos palestinos não se limitou apenas a Lydd. Ocorreu por toda a Palestina, durante a Nakba, ou seja, durante a expulsão dos palestinos, necessária para a fundação de “Israel”.

Durante a ocupação sionista em Jaffa, a pilhagem de propriedade palestina foi constante. Isto tanto por parte das forças oficiais quanto por pessoas privadas. Nas palavras de Pappe:

“O tipo sistemático e oficial foi encomendado pelo próprio governo israelense e teve como alvo as lojas atacadistas de açúcar, farinha, cevada, trigo e arroz que o governo britânico guardou para a população árabe”.

Para além de alimentos, os sionistas também saqueavam as roupas, móveis e quaisquer pertences dos palestinos que poderiam vir a ser aproveitados pelos imigrantes judeus que estavam indo à Palestina.

Segundo Pappe, os sionistas frequentemente utilizavam-se da desculpa oficial de “procura por armas” para realizar os saques (isto quando eles não eram feitos simplesmente sem qualquer justificativa). Por óbvio, uma justificativa falsa e cínica.

À medida em que os sionistas expulsavam os palestinos de suas terras através da violência fascista; saqueavam seus imóveis e os impediam de levar seus bens consigo; o governo israelense editava atos normativos para legalizar a propriedade saqueada.

Em 24 de junho de 1948 foi editada a Portaria da Propriedade “Abandonada”. No dia 27, veio a Portaria das Áreas “Abandonadas”. No mês seguinte, criou-se o Comitê Ministerial para a Propriedade Abandonada, nomeando-se um funcionário para ser responsável pela gestão e destinação de tais propriedades.

Resumindo, os sionistas e sua hordas fascistas, apoiadas pelo imperialismo norte-americano e o britânico, e por José Stáli (União Soviética), utilizaram-se de brutal violência para expulsar cerca de 1 milhão de palestinos de suas casas. Impediram-nos de levar seus pertences pessoais. Permitiram-lhes levarem apenas a roupa do corpo.

Essas propriedades roubadas foram dadas a sionistas que já estavam lá e a imigrantes judeus que chegavam à Palestina. E, para dar uma aparência de legalidade, criaram normas, ministérios e autoridades para cuidar da propriedade “abandonada”. Como se os palestinos tivessem deixado sua terra natal por livre e espontânea vontade.

Não deixaram. Foram expulsos. Sem nada. Nunca puderam retornar.

Assim, vê-se que “Israel” é uma farsa, um Estado artificial. Uma farsa criada sobre a limpeza étnica e o roubo sistemático do povo palestino, o qual tem direito de lutar de todas as maneiras ao seu alcance, para recuperar o que lhe foi tomado.

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