Nos últimos dias, o Estado de Israel foi obrigado a libertar 150 crianças e mulheres palestinas que se encontravam presas ilegalmente. A soltura dos prisioneiros foi parte do acordo imposto pelo Hamas ao enclave imperialista. No entanto, mostrando seu talento único para a repressão, o mesmo Estado de Israel prendeu, no mesmo período de trégua, 133 palestinos – praticamente a mesma quantidade de árabes libertos – apenas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
“Enquanto houver ocupação [sionista], as prisões não serão interrompidas,” afirmou Amany Sarahneh, porta-voz da Sociedade Palestina de Prisioneiros, à Al Jazeera. “As pessoas devem entender isso porque essa é uma política central de ocupação contra os palestinos e para restringir qualquer tipo de resistência”.
“Esta é uma prática diária – não é logo após 7 de outubro”, acrescentou o porta-voz. “Na verdade, esperávamos que mais pessoas fossem presas durante esses quatro dias”.
A conduta de Israel durante a trégua – conquistada após clamores de todo o mundo por um “cessar-fogo” – mostra o caráter genocida do Estado sionista. É por isso que 15 mil palestinos já foram mortos na Faixa de Gaza desde o 7 de outubro, a maioria deles mulheres e crianças. Recentemente, tem vindo à tona indícios de que até mesmo a maioria das vítimas israelenses do 7 de outubro foram provocadas pelas próprias forças de defesa de Israel.
Os palestinos que moram na Cisjordânia, além de serem obrigados a conviver com novas prisões a todo momento, ainda são obrigados a conviver com um cenário de total incerteza. A maioria dos libertados por Israel geralmente é presa novamente pelas forças israelenses nos dias, semanas, meses e anos após a sua libertação.
Dezenas de pessoas que foram presas em uma troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas em 2011 foram presas novamente e tiveram suas sentenças restabelecidas. Nesta nova trégua, Israel forneceu quaisquer garantias de que não irá prender novamente aqueles que foram libertos.
“Não há garantias com a ocupação. Essas pessoas são passíveis de serem detidas novamente a qualquer momento. A ocupação sempre recarrega as pessoas que foram libertas”, disse Sarahneh. “A maior evidência de que estas pessoas podem ser detidas novamente é que a maioria das pessoas detidas agora são prisioneiros libertados”, acrescentou.
A repressão na Cisjordânia também revela o fracasso total dos governos da Autoridade Palestina, hoje verdadeiros agentes de Israel que falam em nome do povo palestino. Os governantes da Fatá são todos cúmplices da repressão bárbara sionista contra o seu próprio povo.