O centro da campanha sionista mundial atualmente é acusar aqueles que lutam contra o Estado sionista de Israel de antissemitismo e racismo. Afirmam que os sionistas são os mesmos que os judeus perseguidos pela Alemanha nazista e pelos antigos governos europeus, e que Israel supostamente haveria sido uma conquista democrática de um povo.
Hoje o mundo olha com atenção para os desdobramentos da maior crise do século. O mundo árabe está prestes a entrar em combustão contra o domínio imperialista e contra Israel.
Contudo, este conflito tem suas bases antes mesmo dos anos 40, quando o Estado sionista de Israel foi formado, remontando a um período anterior, de colonização inglesa e francesa da região e da repartição das terras do antigo Império Otomano, derrotado e que entrou em colapso, com o fim da Primeira Guerra Mundial.
Assim, a operação que garantiu a formação do Estado sionista de Israel há mais de 75 anos atrás é fruto de uma política muito mais ligada ao fascismo e ao racismo, do que qualquer suposta luta contra opressão.
Formado pelo apoio do imperialismo inglês e posteriormente norte-americano, o Estado sionista é fruto de um lobby de judeus europeus que visavam ter seu próprio Estado, um Estado sectário baseado unicamente na religião judaica. Suas motivações foram consumadas após décadas de repressão contra os povos árabes, apoiados pelo império inglês.
Na conferência de San Remo, os países imperialistas definiram três princípios para criar as novas fronteiras do que viria a ser o Estado sionista.
O primeiro deles defendia uma criação basicamente ligada a Bíblia. Lloyd George utilizou o Atlas da Geografia Histórica da Terra Santa, publicado em 1915 pelo reverendo escocês George Adam Smith, para definir os novos limites da região. Dessa maneira, baseado em uma suposta “comprovação” bíblica, o imperialismo encontrou as justificativas para formar Israel.
Todo o processo foi resultado de uma operação organizada pelo imperialismo com o objetivo de controlar politicamente e economicamente a região. O fato é que sobretudo o território palestino, a junção do mar vermelho com o mediterrâneo, torna-se um dos pontos mais importantes do controle geográfico de todo o mundo. E por esta região que ocorre o principal tráfico de mercadorias mundiais, saindo do continente asiático em direção à Europa. O mesmo se dá na luta pelo controle do Canal de Suez no Egito.
“O que a Palestina vive desde o fim do século XIX, com o avanço do projeto sionista [criação de um Estado étnico judeu na região da Palestina, que já era habitada pelos árabes] de colonização daquele espaço, e que se intensificou em alguns momentos da história, como a criação do Estado de Israel, em 1948, e a ocupação da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza, em 1967, é um processo de limpeza étnica.” Descreve Isabela Agostinelli (PUC-SP)
E assim, o resultado de toda a operação foi a consumação de um regime ligado as milícias sionistas, a base do que hoje é o Mossad, e também a base do que hoje é o regime de Israel, um governo que surgiu da formação de milícias fascistas no território palestino e que há décadas leva a frente um verdadeiro genocídio contra a população local.