Na última quinta-feira (7), relatos da imprensa em Israel destacaram a imposição de novas e significativas restrições pelo porta-voz militar israelense Brig. Gen. Daniel Hagari, evidenciando um controle rigoroso sobre os dados hospitalares relacionados ao conflito em curso. Essas medidas incluem a pressão sobre os hospitais para que não anunciem a chegada de pessoal ferido ou morto sem permissão do exército.
A Walla! informou que a justificativa oficial por trás dessas medidas é controlar o momento da divulgação de informações de maneira conveniente para as autoridades militares. Por sua vez, representantes hospitalares expressaram preocupações, apontando que o porta-voz militar Daniel Hagari assumiu um papel além de suas responsabilidades originais, atuando como um “delegado nacional de moral”, com alegada prioridade para aqueles que estão recebendo tratamento.
Em uma mensagem transmitida na terça-feira, o chefe do departamento de mídia da unidade de Hagari comunicou aos hospitais um novo procedimento que restringe severamente a divulgação de informações. Agora, os hospitais estão autorizados a emitir apenas um comunicado diário às 13:00, seguindo o informativo diário do porta-voz militar. No entanto, este comunicado está sujeito a condições específicas, sendo considerado um “acompanhamento” ao informativo de Hagari, e sua divulgação é condicionada a essa exigência.
Além disso, porta-vozes hospitalares agora são obrigados a submeter o conteúdo de seus comunicados ao representante do porta-voz militar, permanentemente presente no hospital, para rápida aprovação antes da publicação.
O argumento apresentado por Hagari para essas restrições é a preservação da dignidade dos feridos e de suas famílias. Contudo, críticos argumentam que as medidas constituem uma flagrante violação da liberdade de imprensa.
Essas ações ocorrem em meio a uma atmosfera de tensões crescentes e confrontos contínuos entre Israel e Palestina, e de incremento da censura por parte do imperialismo em todo o mundo. Mesmo com o apoio internacional que Israel recebe do imperialismo, as restrições impostas não conseguem conter a progressiva insatisfação e fúria do povo palestino diante das circunstâncias desafiadoras, e uma crise política interna é inevitável. Isso se reflete nos eventos que revelaram inconsistências entre as declarações oficiais e a realidade dos acontecimentos, contribuindo para uma atmosfera de desconfiança e indignação dentro de Israel.
O Estado sionista precisa esconder dados para conseguir manter a postura frente a imprensa e a sua população, algo que está indo por água abaixo considerando as vitórias militares por parte do Hamas, inclusive nas negociações com reféns.