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ONU

Irã: “Israel” é um fardo para os EUA e para Biden

O representante iraniano nas Nações Unidas expressou a opinião de que "Israel tornou-se progressivamente um fardo para os EUA em termos de custos materiais, políticos, morais e de

O representante iraniano nas Nações Unidas expressou a opinião de que “Israel tornou-se progressivamente um fardo para os EUA em termos de custos materiais, políticos, morais e de reputação na arena global”. O embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, alertou nesta sexta-feira (15) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, arrisca prejudicar ainda mais a imagem e a influência global de Washington, bem como sua própria campanha eleitoral, caso não consiga encerrar o conflito em curso entre Israel e a Faixa de Gaza.

Iravani argumentou que “Israel não tem a capacidade de realizar incursões sem o apoio inequívoco dos EUA. À medida que o conflito em Gaza persiste, os custos associados a esse apoio aumentam exponencialmente. Surge uma conjuntura crítica em que os EUA devem considerar condicionar e restringir esse apoio, ou correm o risco de se tornarem vítimas das ambições frustradas da liderança israelense”, afirmou o embaixador em uma entrevista à revista Newsweek.

Na perspectiva de Iravani, “[Benjamin] Netanyahu vincula seu futuro político à continuação da guerra em Gaza, enquanto Biden associa suas perspectivas de reeleição ao fim das hostilidades. Esse conflito de interesses torna-se cada vez mais incontrolável à medida que a guerra persiste, representando um desafio significativo”, acrescentou.

O representante do Irã na ONU defendeu que Washington deve realizar uma “reavaliação abrangente de sua estratégia de segurança nacional em relação ao Oriente Médio”. Ele destacou conflitos anteriores, como os ocorridos no Iraque, Afeganistão e Síria, que resultaram em “custos materiais exorbitantes […], perda de milhares de vidas […], erosão da credibilidade de seu aparato militar e de inteligência, culminando em um acordo no Afeganistão com o Talibã [organização sob sanções da ONU por atividade terrorista] que facilitou seu retorno ao poder”.

Iravani enfatizou que os EUA se encontram em uma posição delicada, testemunhando um declínio em sua influência e recorrendo ao poder militar como medida compensatória, mas que isso contribui para agravar as questões regionais em vez de solucioná-las.

Concluindo, Iravani considerou “imperativo que o governo dos EUA chegue a uma conclusão estratégica sobre se a continuação das políticas erradas e já comprovadamente falhas se alinha com seus interesses, ou se é necessário traçar um novo rumo. A decisão, em última análise, está em suas mãos”. Na terça-feira (12), Biden, ao perceber que estava sendo “arrastado” para o conflito, mudou sua retórica e, pela primeira vez, pressionou publicamente Netanyahu, afirmando que “Israel precisa mudar seu governo” ou arriscará “perder apoio global”. No entanto, na quarta-feira (13), o governo israelense afirmou que continuaria sua campanha em Gaza “com ou sem apoio internacional”.

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