Em visita a Beirute, nessa quinta-feira, dia 12, o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hosein Amir-Abdolahian, disse que se os bombardeios sobre a Faixa de Gaza continuarem, a guerra poderá se desdobrar para “outras frentes”.
“À luz da agressão contínua, dos crimes de guerra e do cerco a Gaza, a abertura de outras frentes é uma possibilidade real”, disse o chefe da diplomacia iraniana a jornalistas, em sua chegada à capita do Líbano.
“É claro que se os crimes de guerra contra a Palestina e Gaza continuarem, receberão uma resposta dos restantes eixos, e a entidade e os países que os apoiam são responsáveis por essas consequências”, completou.
O governo do Irã já havia saudado a operação militar palestina contra Israel como “um ponto de virada e um novo capítulo”. Naser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, pontuou na ocasião que a Operação Inundação Al-Aqsa “demonstra que a resistência palestina é capaz de realizar com confiança operações híbridas e multilaterais contra os ocupantes (israelenses)”
Após a exitosa ação militar liderada pelo Hamas no último sábado (7), o Estado fascista de Israel iniciou bombardeios incessantes contra a população civil e procedeu ao bloqueio total de Gaza, impedindo a entrada de água, comida e combustível. Nesta sexta (13), Israel emitiu ordem para que todos os palestinos deixem o norte da Faixa de Gaza dentro de 24 horas, isto é, determinou a realocação forçada de mais de um milhão de palestinos, numa operação que até a ONU, órgão do imperialismo, afirma que pode ter “consequências humanitárias devastadoras”.
O conflito histórico entre os opressores sionistas e os palestinos oprimidos acirra-se. A luta de classes no Oriente Médio se acirra. A política genocida do sionismo impulsiona o crescimento de um movimento revolucionário palestino, que pode muito bem se espalhar para o restante dos países árabes. O Hesbolá já anunciou no último dia 11 que pode entrar oficialmente na guerra contras as forças nazistas de Israel. O grupo armado libanês conta com um arsenal bélico e um contingente militar superior ao dos palestinos. O anúncio do chanceler iraniano é mais um indicativo dessa tendência. O Hesbolá, o Irã e a Síria se movimentam e indicam que a possibilidade de intervenção no conflito é absolutamente real.
O levante palestino contra o Estado de Israel é uma expressão das tendências revolucionárias na região e pode constituir, de fato, o primeiro capítulo de uma revolução generalizada do mundo árabe contra Israel e o imperialismo.
