Epidemia de acidentes

INSS registra 2,3 milhões de afastamentos em um único ano

No Brasil, caso não fossem assubnotificações impostas pelos patrões teria, por ano, cerca de cinco milhões de acidentes e, no mínimo 18 mil mortos

O que se pode imaginar quando há uma situação no país em que mais de dois milhões de trabalhadores são obrigados a solicitar afastamento ao Instituto Nacional de Seguro Social. Pois foi isso que ocorreu em 2022, onde 2,3 milhões tiveram que recorrer a tal situação.

Conforme o estudo realizado a partir de laboratório (Iniciativa SmartLab de Trabalho Decente) coordenado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo escritório local da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cuja base das informações está nas comunicações de acidentes de trabalho (CAT) feitas ao INSS, o órgão, só no ano passado, recebeu 2,3 milhões pedidos de afastamentos devido a doenças e acidentes de trabalho.  No total, foram mais de 148 mil concessões de benefícios previdenciários para acidentados e 6,5 mil de aposentadorias por invalidez.

Conforme o mesmo levantamento, foram registrados 612.900 acidentes de trabalho no ano e 2.538 mortes – alta de 22% em relação ao ano anterior – e apenas entre trabalhadores com empregos formais, com carteira assinada e direitos, dentre outros, a benefícios previdenciários.

De 2012 a 2022, foram registrados 6,7 milhões de acidentes e 25.500 mortes de trabalhadores. Do total, cerca de 15% foram causados por operação de máquinas e equipamentos.

São trabalhadores que sofreram amputações e lesões graves (com frequência 15 vezes maior que a das demais causas), isso provocou três vezes mais acidentes fatais do que a média geral.

Os principais causadores

A atividade de atendimento hospitalar é o setor com maior número de notificações, mais de 59 mil casos. Técnicos de enfermagem foram os profissionais mais acidentados, com 36 mil casos.

Na sequência, os setores com mais acidentes de trabalho são o comércio varejista de mercadorias em geral (18,5 mil), o transporte rodoviário de carga (13,5 mil), o abate de aves, suínos e pequenos animais (10 mil) e a construção de edifícios (10 mil).

A falsa realidade

É necessário ressaltar que, segundo a Fundação Jorge Duprat Figueiredo (Fundacentro), no país há uma defasagem entre o que realmente é e o que se tem como dados registrados. A fundação estima que existe uma quantidade enorme de subnotificações que equivalem a cerca de sete vezes o que é registrado, pois os patrões que sonegam impostos e, ainda querem ser anistiados, para se esquivarem de multas, não emitem o Comunicado de Acidentes do Trabalho (CAT) e, na sua grande maioria, sequer repassam os valores recolhidos dos trabalhadores ao INSS.

Apesar dessa situação vir ocorrendo há vários anos, no período de 2017 para cá, houve um agravamento devido à total conivência dos governos do golpista Michel Temer, com o brutal ataque às legislações trabalhistas, bem como do fascista Bolsonaro que, avidamente, deu continuidade a destruição dessas legislações como parte do financiamento do golpe e em seguida da campanha bolsonarista.

A cidade de São Paulo ficou em primeiro lugar, no ano passado, com mais de 51 mil notificações. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com mais de 18 mil casos. Belo Horizonte em terceiro, com 11 mil.

Há um desrespeito total por parte dos patrões que não dão a mínima atenção às condições de trabalho e saúde de seus funcionários, portanto deixam os recintos de trabalho em péssimas condições. Sobre a manutenção de máquinas e equipamentos, então, nem se fala. Por isso, vemos noticiários como os dos vazamentos de amônia em frigoríficos, etc.

É preciso uma cobrança enérgica das direções do movimento operário, exigir Comissões Internas de Prevenção Acidentes (CIPA), com representantes somente dos trabalhadores e eleitas por eles mesmos, além de comissões de fábricas, etc.

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