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A Luta Pela Petrobrás

Inimigos dos trabalhadores no conselho da Petrobrás

O embate dentro do governo Lula continua. União Brasil e PSD mostram os dentes mais uma vez e mostram que política é disputa de forças

O embate dentro do governo Lula continua. Na noite de segunda-feira (27/02) foram enviados 4 nomes para compor o Conselho de Administração (CA) da Petrobrás. União Brasil e PSD mostram os dentes mais uma vez.

O chamado “Centrão” — emaranhado de partidos que são expressão dos interesses fisiológicos das mais diferentes elites regionais —  barrou os nomes escolhidos pelo PT para ocupar o CA da Petrobrás e optou por realizar a indicação de seus aliados para ocupar o colegiado da estatal.

Foram remetidos à empresa quatro nomes: Pietro Adamo Sampaio Mendes, indicado à presidência do Conselho de Administração; Carlos Eduardo Turchetto Santos, Vitor Eduardo de Almeida Saback e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro. De acordo com a FUP — Federação Única dos Petroleiros — os nomes apresentados possuem conexões políticas com o União Brasil e PSD, que possuem 3 ministérios cada um.

“A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos filiados veem com preocupação o anúncio da indicação do novo Conselho de Administração (CA) da Petrobrás, composto por nomes ligados, em sua maioria, ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG)”. Disse a FUP em nota à imprensa, publicada no dia 28 de fevereiro. 

A nota continua: “De um total de sete membros da União no CA (incluindo o presidente da empresa Jean Paul Prates que é também membro do conselho escolhido pelo presidente Lula), quatro são indicação de Silveira: Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do CA; Carlos Eduardo Turchetto Santos; Vitor Eduardo de Almeida Saback; e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira.”

Com isso, o atual presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, do PT, viu os nomes por ele indicados sendo jogados a escanteio, como Josué Gomes, presidente da Fiesp, e o economista Eduardo Moreira. A questão é particularmente sensível por conta dos debates em volta da política de preços da Petrobrás e as isenções aplicadas nos combustíveis que podem sair de cena mais cedo que tarde. 

O perigo que vem dos aliados

A nota da FUP aponta acertadamente: 

“‘Nomes ligados ao bolsonarismo, ao mercado financeiro e a favor de privatizações’, observa o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, temendo que, caso seja aprovado, esse novo CA imponha obstáculos para o cumprimento de programa de governo do presidente Lula, que inclui mudanças na política de preços de combustíveis, na sistemática de dividendos da Petrobrás e fim das privatizações na companhia”.

O grande perigo apresentado por esse novo conselho que pode vir a ser aprovado, é a sabotagem das políticas do governo Lula. A Petrobrás é uma posição estratégica para o PT e não há espaço para rifar o Conselho de Administração da companhia, mesmo que isso signifique indispor “aliados” já indispostos, como já apontamos em matéria anterior

A política de Paridade de Preços Internacionais (PPI) eleva o custo do combustível nacional, ao mesmo tempo que enriquece os acionistas internacionais. O jeito encontrado pelo Presidente para atenuar a situação foi a prorrogação da isenção de tributos federais sobre os combustíveis. Só que essa política gerou um déficit na arrecadação. Ou seja, a presidência se encontra hoje entre: voltar a cobrar os tributos, elevar a inflação pelo aumento do custo dos combustíveis e causar uma crise política e social ou; manter a isenção e criar uma crise fiscal e política. Ou seja: não há saídas fora da mudança da política de preços da Petrobrás. 

A luta política

O governo Lula sofre uma imensa pressão do imperialismo internacional e também da burguesia nacional que buscam emparedar o PT em posições impossíveis, levando o debate público a duas opções igualmente horríveis; não permitindo se discutir as raízes dos problemas que acometem a nação. 

Dentro das linhas institucionais, Lula está emparedado. Os 13 anos de governo petista indicam que essa estratégia “republicana” não logrará vitória. O único caminho atestado, inclusive por nossos vizinhos Bolívia e Venezuela, são mobilizações populares permanentes em defesa do mandato de Lula, de um programa que avance os interesses nacionais e da classe trabalhadora. 

Neste sentido, é preciso lembrar a luta histórica do “petróleo é nosso” que culminou na criação da Petrobrás e da nacionalização do petróleo. Foi o componente popular que, trazido para o campo de batalha da política, ativado por Vargas e os sindicatos ligados a ele, que constitui o vetor fundamental para a realização dessas conquistas. 

Sem o componente popular, o governo do Partido dos Trabalhadores continua emparedado, com um raio de ação reduzido e incapaz de solucionar a crise no comando da Petrobrás. E, se Lula é incapaz de superar a crise na estatal, quem dirá a imensa crise político-econômica que acomete o Brasil. 

Sem a ativação dos setores populares, é impossível o avanço do programa da chapa petista, por mais recuado que seja, frente a um programa revolucionário. Porque política é um embate de forças e sem um PT fortalecido pelo povo, a tal “frente ampla”, engolirá qualquer movimentação do presidente.

 

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