Faltam menos de dois meses para o início das disputas do Mundial Sub-Vinte, evento que ocorre há cada quatro anos. Desta vez será na Indonésia e uma crise tomou conta dos preparativos da competição, após a suspeita de um pedido de veto à participação da Seleção de Israel.
No começo de março, o governador Wayan Koster (da província de Bali) enviou uma carta ao Ministério da Juventude e dos Esportes e também para a Associação de Futebol da Indonésia, solicitando que o time de Israel seja proibido de atuar por lá. Uma clara retaliação e protesto contra os crimes perpetrados por Israel ao povo palestino.
Bali, e a Indonésia em geral, têm população de maioria islâmica. Além disso, Jakarta, capital do país, registrou diversos protestos contra a participação de Israel e sua delegação no torneio. A organização de futebol indonésio teme retaliações financeiras que podem com certeza colocar em risco o futebol local, já muito pouco expressivo, mas que é amado pelos seus participantes locais e federação.
É muita hipocrisia da FIFA, pois Israel mata há décadas o povo palestino e lhes rouba terras e recursos constantemente (tal como os nazistas fizeram com os judeus europeus), mas nada acontece. Não há punições, nem nada. Agora, quando democraticamente existem protestos (concordemos ou não com os mesmos), o país sendo pobre, seguramente a FIFA irá punir exemplarmente, ignorando que tem todo direito de protestar e opinar. A opinião do povo indonésio tem que ser considerada.
Cidadãos muçulmanos estão se solidarizando com demais povos de fé islâmica dos diversos locais e nações do mundo, e isso é um choque de realidade para o imperialismo e para Israel, que sempre ficou impune para perpetrar os crimes na região. Não somos a favor de se proibir alguém, muito mais uma delegação desportiva, de ir e vir, participar de um torneio e disputá-lo, porém, temos que colocar na balança o que está em jogo.
A FIFA não pode punir um país por sua população fazer determinado tipo de protesto e, se o fizer, estará apenas mostrando que não passa de mais um órgão do imperialismo. Seria uma grande hipocrisia, pois a solidariedade com um povo oprimido é totalmente legítima.