Nesta sexta-feira, dia 24 de fevereiro, a operação russa em prol da desnazificação e a libertação de povos de origem russa oprimidos sob domínio do estado fantoche ucraniano completou um ano. E, por mais que a imprensa mundial dominada pelo imperialismo negue o contrário, o exército russo tem conseguido vitórias no decorrer de sua ofensiva. Esse levantar de cabeça frente os mandos e desmandos dos EUA e da OTAN tem, de diferentes formas, influenciado a atitude de diversos países, também oprimidos, em relação à empreitada russa.
Desobedecendo ao imperialismo
Para citar um exemplo, nesta quarta-feira, dia 22 de fevereiro, reunidos na cidade de Bengaluru, no retiro de verão de Nandi Hills, a Índia, por meio de seu ministro da informação Anurag Thakur, reafirmou sua posição de neutralidade diante da guerra da Ucrânia ao declarar que “A era de hoje não é de guerra” ao defender que “Democracia, diálogo e diplomacia são o caminho a seguir”.
Ao manter-se firme em não culpabilizar a Rússia no que diz respeito à invasão da Ucrânia, a Índia foi de encontro à determinação imposta pelo imperialismo, isto é, promover aos olhos do mundo a Rússia como uma nação que deve ser combatida, já que, apenas para empregar uma leitura moral, tão ao gosto dos EUA, representa o mal e por isso deve ser impedido por todos os meios possíveis. O que, na prática, a Ucrânia não tem conseguido concretizar, mesmo com todo apoio bélico e entreves econômicos perpetrados pelo imperialismo. A prova concreta dessa desobediência por parte da Índia é que este país não só continua, mas também aumentou suas compras de petróleo russo no ano passado.
A título de confirmação desse ato de desobediência, podemos citar outro exemplo, o caso do Brasil. Questionado sobre o posicionamento do novo governo no que diz respeito à investida Russa, embora não tenha se posicionado inteiramente nem a favor da Rússia e nem da Ucrânia, o presidente Lula, ao sugerir a criação de um grupo de negociação, salientou que “Se for preciso conversar com Putin ou Zelensky, não tenho nenhum problema em conversar na tentativa de encontrar paz. O que é preciso é constituir um grupo com força suficiente, que seja respeitado numa mesa de negociação, e sentar com os dois”. É importante ressaltar também, que o governo brasileiro, assim como outros países da América Latina, se negou a enviar munições para a Ucrânia, mesmo depois dos norte americanos terem solicitado, para não dizer ordenado, que tal ação fosse realizada.
Por mais que os posicionamentos e ações concretas no sentido estratégico tanto por parte da Índia, quanto por parte do Brasil representem um desalinhamento destes países com o imperialismo no que acreditam ser uma mobilização em prol da paz – uma atitude moderada, não podemos deixar de dizer – tais atitudes assumem um caráter contestador diante dos objetivos dos EUA em conjunto com a OTAN. Até porque o que de fato o imperialismo não deseja, levando em conta a conjuntura atual, é o fim da guerra sem que consiga alcançar seus anseios de dominação e desmoralização da Rússia diante de seus ditames de dominação. Prova disso é a constante interferência norte americana no sentido de não possibilitar acordo algum entre os governos de Putin e Zelensky. Mas no fim, é importante reiterar que a ação russa na Ucrânia tem mobilizados países atrasados a se rebelarem, ao seu modo, contra a política imperialista de continuidade da guerra o que demonstra que a atitude russa tem mobilizado países a assumirem uma atitude de rebeldia frente ao imperialismo.