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G20 só quer culpar Rússia

Impulsionado por proposta de Lula, China propõe paz na Ucrânia

China quer restabelecer a paz como Brasil, mas o imperialismo não tem interesse

O conflito Rússia-Ucrânia que iniciou em 2014 e que persiste até dias atuais, envolvendo o controle de região de Donbass, habitados por população de origem russa vítima de massacre de neonazistas ucranianos, e a reação russa para recuperar o controle territorial iniciada em 2022, continua sem cessar-fogo. Grande tópico de quase todos os encontros de líderes mundiais, país de evidencia como China e Brasil tem manifestado para restabelecer a paz. No Brasil, o presidente Lula conversou via teleconferência com o Zelensky no dia 02/03/2023, ocasião em que recebeu novamente o convite do líder ucraniano para visitar o país. Diplomático, Lula atuou como mediador do conflito, sem tomar partido, desviando de forma vaga. Lula tem viagem marcada para China no final de março. Em abril, Lula tem visita marcada para Portugal para participar do evento comemorativo de Revolução dos Cravos. Inicialmente estava marcada para discursar no dia da comemoração na Assembleia de Portugal, mas os deputados da direita foram contra a participação de um líder estrangeiro e o discurso de Lula seguir a vontade da Assembleia, soberana.

No fim de fevereiro a China publicou uma carta com propostas de paz. Concomitantemente, acontecia a reunião do G20 na Índia, reunião de primeiros-ministros da Fazenda. O grande encontro dos líderes da G20 está agendado para 09-10/09/2023, onde reunirão os líderes dos 20 países mais poderosos do mundo. Leia abaixo sobre a manifestação de proposta de paz da China, reação da Rússia e Ucrania, do comportamento bélico dos países do ocidente no G20, e visão do analista político sobre a mediação de paz do Lula.

Posição da China:

O Ministério das Relações Exteriores da China divulgou no dia 24/02/2023 um documento contendo 12 tópicos sobre uma solução política para a crise na Ucrânia.

Posição da China sobre a solução política da crise na Ucrânia

  1. Respeitar a soberania de todos os países.
  2. Abandonar a mentalidade da Guerra Fria.
  3. Cessar as hostilidades.
  4. Retomar as negociações de paz.
  5. Resolver a crise humanitária.
  6. Proteger civis e prisioneiros de guerra
  7. Manter as usinas nucleares seguras.
  8. Redução de riscos estratégicos.
  9. Facilitar a exportação de grãos.
  10. Suspensão de sanções unilaterais.
  11. Manter estáveis as cadeias industriais e de abastecimento.
  12. Promover a reconstrução pós-conflito.

texto da carta em íntegra pode ser lido aqui, no site de Ministério de Relações Exteriores da República Popular da China:

https://www.fmprc.gov.cn/mfa_eng/zxxx_662805/202302/t20230224_11030713.html

Posição de países membros de G20:

Entre 22 à 25/02/2023, na cidade de Bengaluru, Índia, ocorreu o 1ª reunião de FMCBG (Reunião de Ministro de Fazenda e de presidentes de Bancos Centrais) e 2ª FCBD (Reunião de representantes financeiros e de Banco Central). G20 é composto de: África do Sul, Alemanha,

Arábia Saudita, Argentina, Australia, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.

Na reunião entre os ministros de fazenda das maiores economias do mundo, o assunto da Ucrânia estava presente. Eis o resumo dos acontecimentos:

China e Rússia se recusam a assinar declaração condenando Moscou por sua invasão da Ucrânia.

Não conseguiram chegar a um acordo sobre uma declaração conjunta condenando a Rússia por sua guerra na Ucrânia no sábado, com a China e a própria Rússia se recusando a assinar.

A Índia, país sede de G20 2023, estava relutante em levantar a questão da guerra, mas as nações ocidentais insistiram que não poderiam apoiar nenhum resultado que não incluísse uma condenação.

A falta de consenso entre os membros do G20 fez com que a Índia recorresse à emissão de um “documento de resumo e resultado do presidente”, no qual simplesmente resumia os dois dias de negociações e apontava divergências.

“A maioria dos membros condenou veementemente a guerra na Ucrânia e enfatizou que está causando imenso sofrimento humano e exacerbando as fragilidades existentes na economia global”, afirmou, citando interrupções nas cadeias de suprimentos, riscos à estabilidade financeira e contínua insegurança energética e alimentar.

“Houve outras opiniões e avaliações diferentes da situação e das sanções”, afirmou, referindo-se às medidas adotadas pelos Estados Unidos, países europeus e outros para punir a Rússia pela invasão e privá-la de receitas.

O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, disse que a recusa da China em aderir à declaração é “lamentável”.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse anteriormente que era “absolutamente necessária” qualquer declaração para condenar a Rússia. Dois delegados disseram à Reuters que a Rússia e a China não querem que a plataforma do G20 seja usada para discutir assuntos políticos.

A Rússia referiu-se às suas ações na Ucrânia como uma “operação militar especial” e evita chamá-la de invasão ou guerra.

A Índia manteve uma postura amplamente neutra, recusando-se a culpar a Rússia pela invasão, buscando uma solução diplomática e aumentando drasticamente suas compras de petróleo russo.

China e Índia estavam entre as nações que se abstiveram no dia 23/02/2023, quando a ONU votou de forma esmagadora para exigir que Moscou retire suas tropas da Ucrânia e pare de lutar.

“Está ficando difícil para o G20 se envolver em discussões construtivas por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia, que é um ato que abala os alicerces da ordem global”, disse o ministro das Finanças japonês, Shunichi Suzuki, a repórteres.

O que dizem os analistas do imperialismo:

Por que planos de paz como o de Lula podem acabar favorecendo Rússia, na visão de analistas internacionais

Para Keir Giles, ‘faz sentido que a Rússia se anime com qualquer ‘plano de paz’ que surja, se puder tirar proveito dele no futuro’

“As tentativas de mediação provavelmente favorecerão a Rússia. A Ucrânia precisa lutar para libertar seus cidadãos que vivem sob a bárbara ocupação militar russa. Moscou pode aceitar um cessar-fogo, a fim de ‘congelar’ a linha de frente e manter o controle dos territórios ocupados, enquanto espera para ganhar força e confiança suficientes e avançar novamente”, diz Keir Giles, consultor sênior do Programa Rússia e Eurásia da Chatam House, o mais importante instituto de relações internacionais do Reino Unido.

“Portanto, faz sentido o alvoroço da Rússia com qualquer ‘plano de paz’ que surja, se puder tirar proveito dele no futuro”, acrescenta o especialista, que viveu na Rússia no início da década de 90 e também é diretor de pesquisa do Conflict Studies Research Center (CSRC), um centro de estudos anteriormente ligado ao Ministério de Defesa britânico.

Giles se refere aos comentários do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias estatal russa Tass na quinta-feira (23/2). Segundo ele, Moscou está estudando a proposta de Lula para encerrar o conflito enquanto continua avaliando a situação na Ucrânia.

 Posição da Ucrânia sobre carta da China:

Segundo a imprensa Le Monde, Zelensky disse no dia 24/02/2023 que está aberto a considerar partes de um plano de paz de 12 tópicos apresentado por Pequim.

Ele deu crédito ao plano de paz de 12 tópicos apresentado pela China quando a guerra entre a Rússia e seu país entrou em um 2º ano, acrescentando que o interesse de Pequim “não era ruim” e que poderia ser útil para isolar Moscou.

“Estou planejando me encontrar com Xi Jinping”, disse Zelensky sem dizer quando ou onde. “Isso será importante para a segurança mundial.”

Pequim afirma ter uma postura neutra na guerra que começou há um ano, mas também disse que tem uma “amizade sem limites” com a Rússia e se recusou a criticar a invasão de Moscou na Ucrânia ou mesmo se referir a ela como uma invasão. Ele acusou o Ocidente de provocar o conflito e “acender as chamas” ao fornecer armas defensivas à Ucrânia.

Zelensky disse que havia pontos nas propostas chinesas com os quais ele concordava e “aqueles com os quais não concordamos”. Ele também disse que estava fazendo “todo o possível” para impedir que a China armasse a Rússia.

“Eu realmente quero acreditar que a China não fornecerá armas para a Federação Russa… Esse é o ponto número um”. Ele também disse que queria “acreditar que a China estará do lado do mundo justo, ou seja, do nosso lado”.

Zhanna Leshchynska, da embaixada ucraniana em Pequim, disse que seu país não quer a paz a qualquer preço, manifestando após a emissão do documento pela China, sem citar.

“Não concordaremos com nada que mantenha os territórios ucranianos ocupados e coloque nosso povo à mercê do agressor”, disse Leshchynska em um encontro na missão da União Europeia na China.

 Posição da Rússia sobre a carta da China:

A Rússia está estudando de perto um plano de paz para a Ucrânia proposto pela China, mas atualmente não vê oportunidade para uma resolução política do conflito, esclareceu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, no dia 27/02/2023.

“Qualquer tentativa de elaborar planos, que encorajaria a mudança do conflito para um caminho pacífico, merece atenção”, incluindo a proposta de “nossos amigos chineses”, disse Peskov.

“Quanto aos detalhes, devem ser objeto de uma análise criteriosa, tendo em conta os interesses das partes”, acrescentou, descrevendo-o como “um processo muito longo e intenso”.

O porta-voz, no entanto, advertiu que Moscou não vê “nenhuma pré-condição para uma resolução de toda esta situação numa direção pacífica”, acrescentando que a operação militar russa na Ucrânia continua, à medida que “avançamos no sentido de atingir os objetivos definidos”.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia respondeu ao roteiro na semana passada, com a porta-voz Maria Zakharova expressando gratidão pela contribuição de Pequim para “resolver o conflito na Ucrânia por meios pacíficos”.

Os apoiadores da Ucrânia rejeitaram a proposta chinesa, com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, declarando que Pequim “não tem muita credibilidade” depois de se recusar a ficar do lado dos EUA na questão.

A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, citando o fracasso de Kiev em implementar os acordos de Minsk, que foram projetados para dar a Donetsk e Lugansk um status especial dentro do estado ucraniano. Os protocolos, mediados pela Alemanha e pela França, foram assinados pela primeira vez em 2014.

O ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko admitiu desde então que o principal objetivo de Kiev era usar o acordo para ganhar tempo e “criar forças armadas poderosas”. A ideia foi confirmada pela então chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e pelo então presidente da França, François Hollande.

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