A última da imprensa burguesa é usar as mulheres ucranianas para defender o nazismo.
O portal G1 publicou, neste último dia 10/01, uma reportagem exaltando a “escalada” das mulheres ucranianas no exército, seria cômico se não fosse tão ridículo.
A reportagem já tem no olho da matéria a informação que nos últimos cinco anos o número de mulheres no exército ucraniano dobrou, no entanto, “essas mulheres precisam provar o tempo todo que são capazes”. São 40 mil mulheres nas frentes de batalha e cinco mil mulheres na linha de frente no combate contra a Rússia.
Maryna Moloshna, que é membro das forças armadas ucranianas e que deu entrevista à BBC quando em combate em Kharkiv falou que:
“As mulheres são tratadas com mais prudência, enquanto um homem em posição de combate ganha respeito automaticamente […] Uma mulher é constantemente forçada a provar seu valor, provar que não decepcionará os homens, que é confiável.”
Segundo a assessora para “questões de gênero” Oksana Grygoryeva, que está no Comando das Forças Terrestres ucranianas, no período pós-soviético as forças armadas ucranianas eram bem rígidas e masculinas, agora estão mais justas e igualitárias, e que “Agora as mulheres podem realmente provar seu valor.”
Também segundo a think tank ucraniana Razumkov Center, o papel das mulheres no exército ucraniano também está crescendo no quesito “qualidade” nos últimos 15 anos. Antes, as mulheres exerciam as funções de cozinheiras, telefonistas, datilógrafas, médicas. Mas as coisas começaram a mudar radicalmente em 2014 com os conflitos na região do Donbass. Essas mulheres, mesmo registradas nessas funções, foram para a artilharia pela primeira vez e, segundo a matéria, com os batalhões de voluntários.
Chama a atenção que em 2018 as restrições que ainda haviam sobre a presença das mulheres no exército foram legalmente retiradas, elas puderam assumir funções de combate e treinamento igual aos dos homens. Agora as mulheres do exército ucraniano também podem ser comandantes de pelotões em baterias de artilharia e em unidades de aviação não tripuladas.
Serhiy Naev, comandante das Forças Armadas da Ucrânia, tenente-general, coloca também que há mais de 8 mil mulheres ocupando cargos de oficial, incluindo a brigadeiro-general Tetyana Ostashchenko, comandante das forças médicas, que se tornou a primeira mulher general do país em 2021.
Olhando pelo lado dos identitários, realmente as mulheres deram um salto dentro do exército ucraniano, digno de se soltar fogos. Os problemas que eles colocam são simples de serem resolvidos: se a mulher sofre algum tipo de violência, seja de cunho moral ou sexual, é só denunciar seu comandante, ele pode até perder a patente. Segundo Maryna: “Muitas vezes nos deparamos com machismo, alguns dos comandantes chegam a humilhar mulheres”. Alguém poderia imaginar um comandante de um exército nazista humilhando mulheres?
Outra questão é que as mulheres ainda não têm uniformes femininos, roupas íntimas, roupas térmicas, absorventes higiênicos, mas vejam, nos EUA uniformes femininos passaram a ser desenvolvidos apenas em 2009, e isto já está sendo resolvido. Enquanto isso, a organização não-governamental Zemlyachki fornece roupas íntimas tradicionais e térmicas, uniformes, placas de proteção para coletes balísticos, capacetes, produtos de higiene e kits de primeiros socorros projetados especificamente para mulheres.
O que ninguém fala nessas reportagens é que, na verdade, essas oportunidades das mulheres “crescerem no exército nazista ucraniano” começaram pela necessidade de ter mais pessoas na linha de frente, pois os homens disponíveis não eram suficientes. Vê se que quanto mais perto dos conflitos atuais, mais mulheres foram sendo recrutadas a ponto de tirarem os impedimentos legais em 2018.
O exército nazista ucraniano já está na 10ª chamada, já tem adolescente e idosos na linha de combate, daqui a pouco não haverá mais mulheres na linha de frente ou com altos cargos porque simplesmente estão todos morrendo nesta guerra que é impulsionada pelo imperialismo, que todos sabemos não tem o menor apreço pela situação das mulheres. No fim, caso não fossem necessárias por falta de combatentes, continuariam nas funções medíocres que o imperialismo impõe a todas as mulheres.