No Brasil

Imperialismo quer abrir as portas para o feio futebol estrangeiro

Clubes procuram CBF para tentar aumentar o limite de estrangeiros por partida no futebol brasileiro

Depois da pressão pela importação de treinadores estrangeiros, cresce agora a campanha pela importação também de jogadores. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve se reunir nesta semana com representantes de Athletico, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Santos e São Paulo para discutir o aumento de vagas para estrangeiros que podem ser relacionados por partida. A proposta vigente é que esse número aumente de cinco para sete. América-MG, Fortaleza, Goiás e Internacional, assim como os demais clubes já citados, defendem a medida.

Não bastasse a intensa campanha para convencer que o Brasil não produz grandes treinadores, agora nem nossos jogadores são tão bons assim. Enquanto isso, os clubes europeus assediam nossos jogadores ainda na infância ou adolescência. O Brasil sempre foi reconhecido como uma verdadeira fábrica de craques de futebol e agora, por conta de uma contingência econômica, a imprensa capacho do imperialismo certamente vai aproveitar para exaltar as qualidades dos não brasileiros.

Por conta da crise econômica que flagela especialmente os demais países da América Latina, seus clubes têm cedido jogadores aos clubes brasileiros, mais poderosos economicamente. Ao invés de conseguirem exportar para a Europa, muitos jogadores que se destacam nos seus países acabam conseguindo progredir economicamente vindo para o mercado brasileiro. Principalmente jogadores uruguaios, argentinos, chilenos, colombianos e paraguaios.

Não bastasse ter o melhor futebol, o Brasil exerce um papel de liderança econômica também no subcontinente latino-americano. Esse é um dos fatores avaliado positivamente pela CBF, pois o Campeonato Brasileiro se consolida ainda mais como a maior liga da região, atraindo ainda mais o público dos países vizinhos. Uma espécie de reprodução em escala muito reduzida do mecanismo imposto pelos europeus, ao importar nossos principais jogadores.

Por outro lado, a própria CBF admite preocupação com um possível impacto nas categorias de base dos clubes. O trajeto natural dos jogadores é se destacar na base para um dia realizar o sonho de estrear nos times principais, muitos deles conseguindo se tornar ídolos nos clubes onde foram formados ou ainda conseguindo bons contratos com clubes do exterior. A importação de jogadores pode interferir, por exemplo, ao diminuir o espaço desses jogadores nos times, jogando os valores dos passes dos jovens jogadores brasileiros para baixo.

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