Canal de Suez

Imperialismo entra em desespero com ação de Iêmen contra ‘Israel’

"Mesmo que a América consiga mobilizar o mundo inteiro, as nossas operações militares não irão parar (...) quaisquer que sejam os sacrifícios que tenham de fazer".

Com a firme decisão dos iemenitas e suas forças armadas de estabelecer um bloqueio no Mar Vermelho para todas as embarcações israelenses, bem como para aquelas destinadas e vindas de ‘Israel’, decisão esta tomada para apoiar a luta dos palestinos contra a ditadura sionista, o imperialismo já mostra sinais de desespero, por não conseguir impedir a ação militar dos Ansar Alá (comumente chamados de “hutis”), uma organização política e militar xiita ligada ao Irã, que surgiu em 1994, e está sendo a liderança na luta contra a guerra que o imperialismo promove contra o Iêmen por meio da Arábia Saudita desde 2014.

Mesmo tendo montando uma força tarefa para romper o bloqueio, ainda não conseguiu fazê-lo. Em matéria recentemente publicada, o jornal The Economist, um dos órgãos de imprensa porta vozes do capital financeiro, condena a ação revolucionária das Forças Armadas do Iêmen, dizendo que chegaram a “disparar mais de cem drones de mísseis a navios vinculados a mais de 35 países, ostensivamente em apoio aos palestinos”. O desespero aparece em seguida, em forma de reclamação a violações ao direito internacional: “a campanha deles é uma afronta ao princípio de liberdade de navegação, que já está sob risco desde o Mar Negro ao Mar do Sul da China”. Vê-se que a burguesia imperialista não perde a oportunidade de também reclamar que está perdendo o controle no Leste Europeu e na Ásia.

Em que pese a matéria sirva para demonstrar o desespero do imperialismo com a ação dos iemenitas, ela também é bastante esclarecedora a respeito da importância comercial do Mar Vermelho, que é a rota marítima que está sendo alvo de bloqueio em apoio aos palestinos contra a ditadura fascista de “Israel”.

Segundo o The Economist “um total de ​​20% dos volumes globais de contêineres, 10% do comércio marítimo e de 8 a 10% do gás e petróleo transportados por via marítima passam pela rota do Mar Vermelho e de Suez”. Como se vê, a ação dos Ansar Alá de estabelecer um bloqueio na zona do Mar Vermelho acaba por impedir a passagem de embarcações pelo Canal de Suez. Para frisar a importância do que os iemenitas fazem pelos palestinos, é oportuno relembrar o caos causado pela obstrução acidental do canal em 2021. À época, a Lloyd’s List (jornal que serve de fonte de informações para agentes mercantis e subscritores de seguros, referentes a logística, dados de mercado, pesquisa, comércio global e informações jurídicas e notícias sobre transporte marítimo) estimou em US$400 milhões o valor das mercadorias atrasadas a cada hora que o canal continuava obstruído. De forma que a cada dia que passa, cerca de US$9 bilhões eram perdidos.

Em outras palavras, a ação dos iemenitas atingiu o imperialismo em seu ponto nevrálgico, o econômico. Os países imperialistas, que estão acostumado a sancionar e fazer bloqueios econômicos contra os países oprimidos que ousam lutar por sua independência, agora provam de seu próprio veneno. Uma situação que já está provocando grandes prejuízos aos monopólios do transporte marítimo, e que, caso continue, pode até mesmo levar a uma situação de desabastecimento na Europa, agravando a já difícil situação econômica por que passa o velho continente. Nesse sentido, The Economist diz que “depois de semanas de caos, quatro das cinco maiores empresas de transporte de contêineres do mundo suspenderam as viagens através dele; a BP interrompeu os embarques de petróleo. O efeito sobre os preços da energia foi atenuado, devido à ampla oferta. Mas os preços das ações das empresas de contêineres dispararam, à medida que os investidores antecipam uma redução da capacidade. O custo de transporte de um contêiner entre a Ásia e a Europa disparou. Se não for resolvida, a crise causará uma crise na cadeia de abastecimento”.

Assim, a fim de reverter a situação, e acabar com o bloqueio das forças iemenitas às embarcações vinculadas a “Israel”, os EUA criaram uma força tarefa militar naval no dia 18 de dezembro, com o nome de “Operação Guardião da Prosperidade”, formada por mais dez países, quais sejam, Reino Unido, Barém, Canadá, França, Grécia, Itália, Holanda, Noruega, Seicheles e Espanha. A medida é tomada pelo imperialismo na esteira da decisão de cinco grandes transportadores em interromperem sua atividades na região, nomeada a BP, a CMA CGM, a Hapag-Lloyd, a Maerks e a MSC.

Anteriormente à criação dessa força tarefa, os EUA, o Reino Unido e a França tentaram barrar as ações dos Ansar Alá contra as embarcações destinadas a “Israel”. Contudo, tendo em vista o baixo custo de produção dos drones iranianos (e sua alta eficiência), utilizados pelas forças iemenitas, e o alto custo do aparato militar do imperialismo, a tentativa deste foi infrutífera, conforme noticiado na mesma matéria do The Economist:

“Navios de guerra americanos, britânicos e franceses passaram semanas a disparar drones e mísseis do céu: em 16 de dezembro, abateram 15. No entanto, esta abordagem defensiva é difícil de sustentar. Mísseis terra-ar que custam milhões de dólares estão a ser usados ​​contra uma tempestade de drones iranianos baratos. Apenas alguns precisam passar e os navios e suas seguradoras ficarão longe.”

Agora, com a força tarefa, os EUA mobilizaram cinco destroieres para o Mar Vermelho, com o porta aviões USS Dwight Eisenhower posicionado no Mar Arábico, próximo do Djibuti, país da África Oriental. O porta aviões está equipado com quatro esquadrões de aviões de ataque ao alcance do território do Iêmen sobre o controle dos Ansar Alá, segundo informado pelo The Economist. Ocorre que o imperialismo já vêm sinalizando inúmeras vezes no decorrer do último mês que não deseja que o conflito entre Palestina e “Israel” escale para o restante dos países árabes. Uma preocupação natural, pois caso isto aconteça, poderia desencadear uma situação revolucionária em todo o mundo árabe, especialmente tendo em vista que o Estado sionista vem sendo derrotado pelo Hamas e demais organizações da resistência palestina.

Contudo, mesmo após a criação da força tarefa, o imperialismo continua a fracassar em vencer a ação do Iêmen em apoio ao Hamas e à Palestina. Segundo matéria publicada no órgão de imprensa português Jornal de Negócios, as transportadoras marítimas continuam receosas de transitarem pela região do Mar Vermelho. De forma que, nesta quarta-feira (20), os preços do petróleo subiram mais de 1%. Citando o jornal: “O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, soma 1,1% para 74,88 dólares por barril. Por sua vez, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, ganha 1,27% para 80,1 dólares por barril”.

Para o desespero do imperialismo, Mohammed al-Bukhaiti, porta voz dos Ansar Alá, declarou no X (antigo Twitter) que “Mesmo que a América consiga mobilizar o mundo inteiro, as nossas operações militares não irão parar (…) quaisquer que sejam os sacrifícios que tenham de fazer”.

Assim, a crise do imperialismo se aprofunda, e a resistência palestina, liderada pelo Hamas, com o auxílio valoroso dos Ansar Alá, do Hesbolá e demais grupos armados xiitas que agem na Síria e no Iraque, vai vencendo “Israel” e o imperialismo. E este entra em uma situação desesperadora.

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