A morte da livre imprensa

Imperialismo em crise não permite dissidentes

Assim como na época de Marx, o capitalismo não permite vozes contrárias aos seus interesses

Assim como na época de Marx o capitalismo não permite vozes contrárias aos seus interesses.

Perseguido por falar contra o governo prussiano no século XIX, hoje o modus operandi da burguesia é o mesmo, com o acréscimo da tecnologia e do aprendizado de dezenas de anos de experiência em sufocar a revolta.

Todos os jornalistas que procuram mostrar a verdadeira face da “democracia” são perseguidos, criminalizados e presos, ou mortos, não importando a ordem dos fatos, desde que o resultado seja o mesmo, calar quem fala contra.

Todos os países imperialistas e seus capachos nos países pobres ou em desenvolvimento tem alguma maneira, institucional ou não, de perseguir jornalistas.

No Brasil, por exemplo, quando não é o Estado em sua tríplice cabeça (Legislativo, Judiciário, Forças Armadas), é o aparato paramilitar, na forma de assassinos contratados, ou grupos de extermínio das próprias polícias, civil ou militar, encarregados de eliminar os jornalistas que incomodam.

Mesmo em países imperialistas as táticas de abordagem tem endurecido nos últimos anos. Na Inglaterra, por exemplo, o jornalista Kit Klarenberg foi detido quando desembarcou no aeroporto de Luton em Londres.

Seis detetives antiterror à paisana sem identificação na roupa detiveram o jornalista Kit Klarenberg assim que ele desembarcou na Grã-Bretanha em 17 de maio de 2023.

A polícia o puxou para uma sala dos fundos e o interrogou por mais de cinco horas sobre sua reportagem que denunciou esquemas ilegais dos serviços de inteligência britânico e americano, e também o forçou a compartilhar sua opinião sobre tudo, desde a atual liderança política britânica até a guerra na Ucrânia.

Durante sua prisão, as autoridades confiscaram seus aparelhos eletrônicos e cartões SD, tiraram suas impressões digitais, coletaram amostras de DNA e o fotografaram extensivamente, e também ameaçaram prendê-lo se ele não cooperasse, de acordo com The Grayzone.

Em Israel, o jornalista palestino Moamen Sumreen, 22, que cobria uma operação de demolição da casa de um suposto terrorista, ficou gravemente ferido após ser atingido na cabeça por uma bala de borracha.

Um relatório de maio do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) constatou que Israel não havia acusado ou considerado nenhum soldado responsável pela morte de 20 jornalistas, 18 dos quais eram palestinos, desde 2001.

O governo e o Estado de Israel, uma base dos americanos no Oriente Médio, demonstram seu caráter verdadeiramente fascista. Seus políticos mais radicais não escondem que o principal objetivo é eliminar os palestinos da face da terra prometida.

Julian Assange é atualmente o principal símbolo da perseguição ao jornalismo, e em vias de ser extraditado para a morte nos EUA, seu fim será a pá de cal no que os democratas liberais chamavam de livre imprensa.

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