Durante os dias 07 e 09 de agosto será realizada em Belém, estado do Pará, a chamada Cúpula da Amazônia, com os chefes de Estado dos oito países integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
A Cúpula da Amazônia vai discutir o desenvolvimento da região e a situação atual, que em geral é muito semelhante em todos os países que a compõem: muitas riquezas e um grande bolsão de pobreza e necessidades básicas de infraestrutura.
Também estão programadas a participação de autoridades de outras entidades como ONU, Banco Mundial, e de outros países como França, Alemanha e Noruega. Ainda haverá a participação de países atrasados com grandes quantidades de riquezas naturais e florestas tropicais, como República Democrática do Congo, Indonésia e países do Caribe.
Interferência do imperialismo e suas ONGs
O imperialismo, através de seus capachos, como as organizações não-governamentais e a imprensa burguesa, está realizando uma enorme campanha em “defesa” do meio ambiente para que a Cúpula seja utilizada para atacar os governos nacionalistas que defendem o desenvolvimento da região e a exploração de suas riquezas para beneficiar as populações da região. Em particular, o imperialismo busca atacar o presidente Lula, que defende a exploração do petróleo na área do litoral da Amazônia e do Nordeste e o desenvolvimento da região com obras de infraestrutura.
Algumas dessas interferências estão travestidas de espaços de assembleia e de consultas aos povos da região. Nos dias anteriores e durante a Cúpula da Amazônia estão programados dois eventos chamados de Assembleia dos Povos da Amazônia e Diálogos Amazônicos.
A Assembleia dos Povos da Amazônia está sendo convocada por movimentos sociais e ONGs, e o Diálogos Amazônicos por ONGs e pelo governo federal para influenciar as políticas que serão discutidas entre os presidentes dos países amazônicos.
Seria uma iniciativa interessante se não estivessem tomadas por organizações não-governamentais financiadas pelos países imperialistas. Em todos os espaços, esses eventos estão repletos de pessoas e entidades que recebem dinheiro da França, Alemanha, Noruega, Open Society, Fundação Ford entre muitas outras.
As principais pautas envolvem manter a região amazônica estagnada economicamente e garantir que não haja exploração de suas riquezas para o desenvolvimento econômico desses países. Envolvem ataques principalmente às reservas de petróleo na região e sua exploração. Tal é o objetivo de toda essa política baseada em discussões apocalípticas sobre o questionável aquecimento global.
Alguns nem percebem ou se fazem de ingênuos por estar intimamente ligados a essas ONGs imperialistas. O coordenador da entidade indígena COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) está na política de ataque ao governo Lula e sua política de desenvolvimento da região.
“O Lula quer explorar petróleo na Amazônia. Diz ele que, se for com jeitinho, dá pra explorar. Existem outras maneiras de trabalhar o fortalecimento da economia das populações. Com petróleo, vai contaminar a floresta, os rios”, disse hoje Toya Manchineri, coordenador da COIAB. Importante lembrar que Toya Manchineri e a COIAN estão profundamente ligadas ao financiamento das ONGs e de governos imperialistas, e portanto defendem os interesses das grandes monopólios europeus e de seus governos.
Inclusive estão lançando a campanha Amazônia Livre de Petróleo e afirmando que a Amazônia é o futuro e fóssil é o passado, em referência à exploração de petróleo.
Manipular reivindicações indígenas para barrar o desenvolvimento
Defender os interesses do imperialismo e a estagnação econômica da região amazônica em benefício dos seus monopólios econômicos estrangeiros não possui o apelo necessário para ser defendido entre os brasileiros, portanto, o imperialismo se utiliza da política de manipulação de setores ou pautas da sociedade.
Duas pautas que possuem um apelo são a questão indígena e a ambiental, a segunda principalmente entre setores da classe média.
Em todos os momentos, o imperialismo através de suas ONGs e da imprensa burguesa procura relacionar a pauta indígena às questões ambientais que não possuem nenhuma relação.
As terras indígenas são para a melhoria de vida e manutenção dos costumes indígenas, mas caso queiram explorar economicamente suas áreas, incluindo exploração de minérios ou qualquer atividade econômica, isso deve ser um direito desses índios. Direito que hoje não existe na prática devido à atuação das ONGs.
No caso da Cúpula da Amazônia, o imperialismo está utilizando desse artificio através das entidades por ele financiadas para colocar os governos nacionalistas e de esquerda contra a parede, em particular o presidente brasileiro: Lula.
Lula defende o desenvolvimento da região e a exploração das riquezas naturais para a melhoria de vida dos brasileiros da Amazônia e de todo o País. Essa posição se choca com os interesses do imperialismo, que busca manter o Brasil e os outros países amazônicos dependentes dos monopólios imperialistas.
É preciso denunciar essa posição do imperialismo através de seus capachos no Brasil, para que sejam discutidas questões de desenvolvimento e exploração da região amazônica sem a interferência dos países europeus e dos EUA.