No último final de semana, entre os dias 9 e 11 de junho, os comitês de luta realizaram, em São Paulo, a sua III Conferência Nacional. Como parte da organização de uma mobilização nacional em torno das reivindicações dos trabalhadores da cidade e do campo, a Conferência cumpriu um papel fundamental: as organizações que participaram ali, de várias partes do País, debateram um programa de luta que deve servir como uma alavanca para a mobilização.
Além da importância organizativa, a conferência também mostrou um enorme avanço da consciência dos cerca de mil companheiros que participaram. As diversas falas de dirigentes e de militantes de base revelaram que existe um avanço político significativo.
Há uma unidade, por exemplo, em torno do papel nefasto que o identitarismo vem exercendo sobre a esquerda. De um modo geral, os militantes ali presentes não caem na conversa da ideologia imperialista de que o povo deveria se dividir entre raças, opções sexuais, sexo etc. A luta é única, de todos os trabalhadores, da classe trabalhadora. As organizações ali presentes não querem saber de dinheiro de ONGs imperialistas para defender os interesses da burguesia. Prova disso tudo foi o encerramento da Conferência, que tirou como campanha fundamental do próximo período a solidariedade a Cuba e demais países oprimidos que sofrem sanções criminosas do imperialismo.
Na Conferência não havia representantes escolhido pela burguesia para falar em nome dos índios. Ali estavam os índios do Mato Grosso do Sul, que por lutarem de verdade contra os latifundiários sofrem, neste momento, uma perseguição política, inclusive com alguns deles sendo presos, como foi o companheiro Magno Souza.
O companheiro Carlinhos, por exemplo, militante LGBT do Rio de Janeiro, denunciou o papel do imperialismo dentro do movimento e a censura que a Parada LGBT de São Paulo fez contra a CUT e os partidos de esquerda.
Vários companheiros que intervieram no plenário da conferência defenderam a luta por um governo dos trabalhadores e pelo socialismo. Esses companheiros sabem que o governo Lula está pressionado pela direita e que é preciso uma enorme mobilização para pressionar pelas reivindicações do povo.
Não dá para confiar em manobras parlamentares e institucionais, é preciso sair às ruas; não dá para aceitar a infiltração imperialista na esquerda, é preciso uma organização independente.
Essas são as conclusões políticas da Conferência. A unidade de luta é a única capaz de colocar em marcha uma mobilização real dos trabalhadores.