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Identitarismo imperialista

Identitarismo, instrumento de sabotagem contra o governo Lula

O Globo engrossa o caldo no ataque ao governo Lula

Nessa segunda-feria, dia 01 de outubro, reforçando a campanha da imprensa burguesa e pequeno-burguesa, lastreada no identitarismo, para atacar o governo Lula, o veículo O Globo, publicou uma matéria no caderno Política, intitulado “Da gordofobia ao capacitismo: para especialistas, gafes expõem um Lula desatento a pautas atuais”, assinada por Julia Noia.

Identitarismo, instrumento de sabotagem contra o governo Lula

O identitarismo como política tem sua principal característica o fato de ser uma luta individual, contra indivíduos isolados. Em vez de uma luta de classes, contra o opressor, acabar sendo mais um instrumento de opressão.

Para um governo eleito sobre um programa popular, sobre os interesses da classe trabalhadora, essa política é naturalmente contrária à sua sustentação. Essa política se torna um instrumento de sabotagem, minando o apoio popular, a única força real que viabilizou e mantêm o governo Lula.

Cercado de inimigos

Algo que podemos falar sobre o governo Lula é que o mesmo está cercado de inimigos, inclusive na estrutura interna do governo. Um bom exemplo foi o caso da assessora de Aniele Franco, exonerada do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothé da Silva.

A ex-integrante do ministério ofendeu abertamente a torcida do São Paulo Futebol Clube, uma população proporcional ao eleitorado do governo Lula em 2022. O que mais chama atenção na declaração racista da mesma “Descendente de europeu safade. Pior de tudo pauliste”, é o fato dela ter uma posição de opressão ao indivíduo, em vez da suposta defesa de minorias.

Este episódio rendeu ao governo Lula o prejuízo com toda uma população ofendida, mas o ataque de identitários que observam a exoneração da Decothé como desproporcional e, portanto, racista. Demonstrando que o identitarismo é naturalmente inimigo de um governo popular, mesmo quando dentro deste.

Pedras cantadas

As consequências da tentativa de cooperação do governo Lula com o identitarismo foram há muito alertadas. Desde antes da posse, até mesmo durante a eleição, estava claro que tergiversar com essa política traria prejuízos aos trabalhadores.

Em menos de um ano de governo, a presença dos ministros identitários, como Aniele Franco, Marina Silva e Silvio Almeida, deixa óbvio o potencial do prejuízo a classe trabalhadora. 

Mas o que argumenta O Globo via Julia Noia?

Basicamente, com uma linguagem moderada, o texto coloca Lula como um político distante da “esquerda atual”. Tentam colocar o viés operário de Lula como conservador e obsoleto, e assim, justificar uma campanha contra o mesmo pelo flanco esquerdo.

Para tentar um ar profissional na campanha, utilizam declarações como do marqueteiro Marcelo Vitorino: “A adaptação é uma forma de sobrevivência, e hoje Lula está buscando falar com uma esquerda com a qual ele conviveu muito até 2010. Passaram-se 13 anos desde então e uma série de pautas foram revistas. Ele se desconecta da esquerda mais contemporânea, que passou a ver ruídos na comunicação”.

Mas, na verdade, para Lula vale parte do “Aviso De Miranda” (do inglês, Miranda Warnings), “Tudo o que disser pode e será usado contra você”. Tudo que Lula fizer ou deixar de fazer será usado pelos identitários contra eles.

Falar o que pensa

Uma parte interessante da crítica no texto é a enfase no caráter improvisado dos discursos de Lula. Ou seja, a renúncia de Lula à modulação total que a burguesia deseja impor ao seu governo.

“Apesar de reconhecer o “deslocamento” de Lula, o marqueteiro Renato Pereira, que atuou na campanha de Marcelo Freixo ao governo do Rio, acredita que as falas do petista são consequência de improviso e autenticidade, esta, avaliada como uma das maiores “virtudes” do presidente:

— Se ele passasse a ter uma linguagem modulada e polida, ele se distanciaria de sua base, que é a classe popular.”

De forma sutil, o texto criticar a virtude de Lula e engrandecer os seus ministros identitários. No mesmo golpe atacar o governo e fortalecer o trabalho de sapa dos ministros, tudo isso com polidez.

“Ministros ‘bombeiros’”?

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, se pronunciou no jornal O Estado de S. Paulo sobre afirmações do presidente Lula de que a escravidão teria tido a miscigenação como “uma coisa boa”. E que teria “profunda gratidão”, aos países do continente africano, pelo que seus povos produziram Brasil.

“O que o presidente disse foi: “O Brasil tem uma dívida com África e ela tem que ser paga”. E por isso o presidente tem insistido que a agenda de direitos humanos com a África envolva o chamado direito ao desenvolvimento.”

Num olhar mais político, não vemos na atuação do Almeida um bombeiro, uma afirmação da crítica realizada contra Lula e um ataque interno ao governo. O discurso de almeida na totalidade reforça o identitarismo, em vez de denunciar seu caráter e as agressões ao governo que integra.

Burguesia quer desgastar Lula com identitarismo

O final do texto transparece o que deseja a burguesia. Desgastar o governo Lula, utilizando o identitarismo. Há uma pressão da burguesia para que Lula abrace ainda mais forte a política identitária.

As consequências imediatas seriam o confronto do governo com a população contrária, limando sua base de apoio e o endurecimento do regime. Há muito temos um regime político que desrespeita os direitos democráticos, nesse momento não há real direito de manifestação no Brasil, com parte da esquerda apoiando essa política.

“Para Vitorino, essa blindagem pode estar contribuindo para que o presidente não queira rever posições:

— Toda vez que alguém do entorno passa a mão na cabeça dele e fala que ele pode falar e desdizer, isso não colabora para que ele queira se atualizar.”

Esse trecho transparece que a burguesia deseja que o governo Lula ceda e submerja ainda mais nessa política. Dessa forma, ajudando a preparar o terreno para um futuro golpe de Estado.

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