A censura avança a passos largos no Brasil. Apenas no último mês de novembro, o companheiro Breno Altman, jornalista e membro do Partido dos Trabalhadores (PT), foi censurado pelo Ministério Público e investigado pela Polícia Federal a mando da Condeferação Israelita no Brasil (CONIB). O motivo? Racismo, pois fez críticas ao Estado colonial de Israel.
Por motivos semelhantes, João Pimenta, membro da direção do Partido da Causa Operária (PCO) foi processado por bolsonaristas por falar em ato público em defesa da resistência palestina, tendo seu comentário sido caracterizado por bolsonaristas como uma defesa ao antissemitismo – que, segundo a interpretação identitária, pode ser caracterizado como racismo. O identitarismo nada mais é que a expressão do imperialismo, e consequentemente do sionismo, contra as liberdades democráticas.
Para compreender esta questão, porém, vale trazer a história recente das leis identitárias. Em um determinado momento, surgiram organizações que começaram a pregar que para combater o racismo, seria necessário estabelecer uma política de censura. A questão fundamental é a compreensão do truque por trás desta arapuca. Que boa alma não está contra o racismo? Utilizando a luta pelo bem estar como pretexto, estabeleceram que não apenas atitudes de discriminação por motivo racial, como impedir uma pessoa de disputar um emprego porque ela é negra, judia ou muçulmano, é crime, mas também as coisas que possam ser ditas e que sejam consideradas ofensivas; seja por pessoas individuais, etnias ou religiões.
Na política geral, quando a classe dominante impulsiona uma determinada política, tal política representa diretamente seus interesses, como é o caso da repressão identitária. O objetivo verdadeiro da censura é este: a censura às posições políticas. Segundo o lobby sionista, por exemplo, o que o Breno Altman fala é antissemitismo – expressando um ódio generalizado aos judeus. O que é curioso, pois ele mesmo é de origem judaica, mas, ainda assim, o antissemitismo poderia ser enquadrado na lei de racismo – tal qual a homofobia, potencialmente gordofobia e quaisquer outras fobias. O caso do Breno Altman abre caminho para uma censura generalizada às críticas ao sionismo e ao Estado de Israel, além de revelar a farsa do identitarismo e sua subserviência completa ao sionismo.
O identitarismo age como um agente direto do sionismo. Há o combate real aos racistas sionistas, que exterminam palestinos para obter suas terras e os expulsam de seu país? Não há. Há uma divulgação na propaganda contra o preconceito aos árabes que acontece no mundo ocidental? Também não há. O que há é uma repressão dura e de cunho fascista às críticas ao sionismo, englobando-as na suposta luta contra o racismo e caracterizando toda a defesa da resistência palestina como algo vil.