O Movimento Nacional de Luta pela Moradia chegou nesse ano de 2023 aos seus 33 anos de existência com atuação em 20 Estados do país. Após a realização de 9 Encontros Nacionais e diversas plenárias nos últimos anos, vamos realizar nosso primeiro congresso com o objetivo de debater e deliberar sobre os principais alicerces de nossa organização.
O congresso vai ocorrer em Brasília-DF, capital federal do país, entre os dias 07 e 10 de dezembro de 2023, com a presença de 300 militantes do MNLM. Tendo como palavras de ordem: “Com pé no presente, olhar no passado e construindo o futuro”.
Muito mais do que a mera troca nominal dos dirigentes municipais, estaduais e nacionais, o que iremos fazer é um processo de reflexão e elaboração, de nossa ideologia, nossa linha política e prática, e nossa estrutura organizativa. Ou seja, nos debruçar sobre aquilo que devemos manter, o que devemos eliminar, o que deve ser aprimorado e aquilo que ainda não estamos aptos a integrar em nosso cotidiano, mas que vislumbramos para o futuro.
O ano de 2023 foi um grande marco no que diz respeito a autonomia do MNLM enquanto movimento popular, enquanto sujeito político coletivo que não se prende às amarras burocráticas e tampouco serve de correia de transmissão dos anseios senão de nossa própria classe social. Mesmo ante os obstáculos que enfrentamos nos últimos anos e nossas oscilações, o fundamental foi mantido, partindo aqui de uma análise política dialética. E isso é o mais importante.
O congresso será a oportunidade de ratificar esse processo de unidade política e ideológica, entorno de uma programa popular e autônomo, e de dar sérios passos na busca de uma estrutura organizativa que dê conta de levar adiante o aprofundamento e a consolidação da unidade dessas duas dimensões.
O MNLM é uma ferramenta histórica e estratégica da classe trabalhadora, para buscar a luta pelo fim da propriedade privada da terra e do conjunto dos meios de produção, pela derrubada do Estado capitalista e a conquista do socialismo. Nesse sentido, o êxito desse congresso certamente irá ser crucial para alterar a lógica de produção nas cidades brasileiras, marcadas histórica e espacialmente pelo alto grau de exploração e exclusão da classe trabalhadora, que sempre foi minada daquilo que é fundamental para sobrevivência de qualquer ser humano.