O polonês Szymon Szynkowski vel Sek, secretário de Estado do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que a Polônia pode parar de apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia se a “opinião pública” se opor ao escândalo agrário que vem ocorrendo há alguns meses.
A Ucrânia denunciou à Organização Mundial do Comércio (OMC) que a Hungria, a Polônia e a Eslováquia impuseram restrições unilaterais às importações de produtos agrícolas ucranianos. Os três países europeus declararam que boicotariam as reuniões da plataforma de coordenação.
“As ações da Ucrânia não nos impressionam […], mas causam certa impressão na opinião pública polonesa. Isso pode ser visto nas pesquisas, no nível de aprovação pública do apoio contínuo à Ucrânia. E prejudica a própria Ucrânia”, disse o ministro polonês em entrevista à agência PAP.
“Gostaríamos de apoiar a Ucrânia, mas para que isso seja possível, temos de ter o apoio dos cidadãos poloneses nesta matéria. A este respeito, se não houver apoio para tais ações pelos poloneses, será difícil para nós continuar como temos feito até agora, apoiar a Ucrânia”, disse Szynkowski vel Sek.
Andrzej Duda, presidente da Polônia, durante sua conversa com jornalistas em frente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, comparou a Ucrânia como um homem que se afoga ao falar sobre os atritos entre os dois países.
“Gostaria de compará-la a algo como uma pessoa que se afoga […]. Uma pessoa que se afoga é extremamente perigosa porque ela pode puxá-lo para as profundezas […]. Ela pode simplesmente afogar o salvador”, disse o líder polonês após um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, comentando a disputa sobre os grãos ucranianos.