As duas premiações mais badaladas no campo musical e do cinema,respectivamente,foram criadas uma pela Academia de Artes de Gravação e a outra pela Acadêmia de Artes e Ciências Cinematográficas,no intuito de destacar tanto as películas quanto as músicas de maior qualidade independente do poder da indústria do entretenimento.
Porém como acontece sempre no capitalismo, os interesses da burguesia foram tomando conta das cerimônias e hoje tanto a festa do Grammy quanto a festa do Oscar, não passam de mais um produto do mercado de entretenimento.
É o circuito comercial e suas produções de enlatados prontos para o consumo que há muito tempo dá as cartas nesse jogo. Isso é uma verdade ainda mais corriqueira na festa do Grammy, pois no caso do cinema, embora raras, ainda conseguimos ter algumas boas surpresas.
O que se vê nessas premiações é apenas um show de cafonice e ode à superficialidade, uma chancela dos ditos “críticos” da arte para os astros da indústria POP como a cantora Beyoncé que esse ano ganhou quatro Grammys, entre eles nas categorias de melhor álbum de dance/eletrônica e melhor música de R&B, acabando de se tornar a artista com o maior número de prêmios Grammy da história , colecionando no total trinta e dois gramofones de ouro.
No caso dos Oscar’s , a discrepância entre a atenção que produções fora do circuito comercial vem recebendo do público e as produções que se destacam na premiação vêm tornando a mesma tão obsoleta ao ponto de que na última edição o grande destaque da noite não foram os filmes mas um “arranca rabo”,provavelmente combinado, entre os atores Chris Rock e Will Smith.
Mesmo grandes produções quando tocam em temas mais espinhosos para a indústria não chegam a alcançar as estatuetas mais importantes, é o caso este ano do filme “Babilônia”, uma película que faz um retrato da decadência do mercado cultural e que vem sendo muito festejada tanto pelo público quanto pela crítica mas só foi indicada à estatueta para prêmios técnicos.
Tanto o Grammy quanto o Oscar vem perdendo audiência em sua transmissão ano após ano, mostrando que o esquema burocrático da indústria para imprimir uma tarja de melhores do ano nos produtos que lhe convém já não está mais seduzindo o público.