Os porta vozes dos países imperialistas, na tentativa de debelar a crise que a ação dos braços armados do povo Palestino promoveu no dia 7 de outubro nos países do mundo inteiro que apoiam o genocídio israelense na Faixa de Gaza, noticiaram em grande estardalhaço, como o periódico britâncio The Economist, que “muitos Estados do Golfo, por exemplo, gostariam que Israel se livrasse do Hamas”. (The Economist, 16/11/2023)
Sempre é bom lembrar que não são os povos desses países árabes que não apoiam Hamas, no entanto, mas os seus governos que são financiados e sustentados pelo imperialismo.
Por um lado, enquanto se tem governos que estão na contramão dos acontecimento por questões puramente econômicas, como Arábia Saudita, Iraque, Egito e Sudão, por outro lado, existem vários países que se colocam abertamente a favor da luta armada dos palestinos, pois sofrem a mesma opressão em seus países que, inclusive, já decretaram guerra a Israel, como é o caso do Iêmen, mas também do Afeganistão dos Talibãs, da Síria e principalmente da Turquia e do Irã, dentre tantos outros países árabes. Os países da região que rejeitam o Hamas deixaram claro que não pretendem cortar relação com os países imperialistas, mesmo sob os corpos milhares de civis na Faixa de Gaza, ao ponto do príncipe saudita Muhammad bin Salman não interromper a temporada do festival anual de Riade, mesmo sob duras críticas de sua população de que pessoas estão se divertindo enquanto o resto da região chora. Por parte desses governos, não se trata de frear o genocídio israelense, e sim manter as relações econômicas que os países imperialistas do ocidente que apoiam o massacre do povo palestino.
Entretanto, a crise política aberta com a iniciativa do Hamas no dia 7 de outubro abalou as relações de uma parte considerável do mundo árabe e, indo além, de toda a população mundial que vem dando demonstrações, nas ruas, do seu repúdio ao genocídio promovido pelo regime israelense. No outro extremo, a reação dos palestinos, liderados pelo Hamas, no dia 7, reavivou a fúria armada de várias organizações de defesa palestina contra Israel.
A crise em Gaza está reforçando o alinhamento de forças no Oriente Médio, encabeçado, principalmente, pelo governo iraniano, onde o presidente do país endureceu o seu discurso na reunião da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica, discursando durante 40 minutos sendo que, por baixo da túnica clerical, a comitiva iraniana utilizava um Keffiyeh; o lenço na cabeça que um símbolo de identidade palestina.
Por conta de toda essa gigantesca crise, segundo a reportagem do The Economist, os próprios países do Golfo que gostariam que Israel se livrasse do Hamas, temem que isso desperte o extremismo nos seus próprios países e se preocupam com a possibilidade de serem apanhados no fogo cruzado.
O conflito reaberto no começo do mês de outubro passado marca a ruptura dos acordos pela supressão da luta palestina contra Israel. É o início de uma nova intifada, mais uma vez, uma reação da população oprimida da Palestina contra a ditadura sionista apoiada pelo imperialismo.