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Na Análise Política

Governo patina diante da direita “civilizada”

Para presidente do PCO, governo Lula “precisa consolidar o apoio popular através de medidas governamentais”

Lula e Haddad

“Se um ataque a uma instituição democrática for proibido, toda oposição política fica proibida imediatamente”. Lembrando o caso do ataque do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, contra a rede de comunicação digital do Partido da Causa Operária (PCO), o presidente nacional do partido, Rui Costa Pimenta, apresentou no último sábado (4) sua tradicional Análise Política da Semana, um debate sobre a conjuntura política nacional e estrangeira já tornada um clássico no País, e uma referência a todos que buscam uma compreensão marxista dos principais eventos relacionados à luta de classes desenvolvidos ao longo da semana. No programa que foi ao ar neste sábado, Rui Costa Pimenta debateu os avanços relacionados à guerra no Leste europeu e também seus reflexos no Brasil, onde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontra-se emparedado pelos setores subservientes ao imperialismo.
“O STF está recuando totalmente diante de todas as medidas contra os bolsonaristas”, disse o dirigente, acrescentando que “pouco após nossas redes sociais serem reestabelecidas, foram suspensos também os canais do (propagandista do bolsonarismo) Alan dos Santos, o Terça Livre, e de vários outros blogueiros bolsonaristas. Ao mesmo tempo, o STF decidiu liberar aproximadamente um terço dos presos políticos de 8 de janeiro, enquanto o restante, será remetido para ser julgado em seus estados. Todo aquele carnaval feito desde aquela manifestação acabará em pizza”, concluiu Rui.
Por outro lado, o marxista lembrou o papel dos militares na mobilização que acuou o governo recém empossado. “Quando o Flávio Dino (ministro da Justiça) chegou lá na porta do quartel de Brasília (onde os manifestantes se concentravam), os generais avisaram: ‘vocês não vão prender ninguém aqui.’ Alguns dias atrás, o comandante do Exército [Gen. Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva], escolhido pelo governo Lula, disse que a ação [de impedir as prisões] estava certa.”
A declaração a que Rui Costa Pimenta se refere foi feita em cerimônia realizada para homenagear os militares mortos no terremoto ocorrido no Haiti em 2010. Segundo o jornal Estado de S. Paulo, “antes de iniciar sua fala, Paiva advertiu que não queria ser gravado, mas o pedido foi infringido por um integrante da plateia (“Comandante admite vitória ‘indesejada’ de Lula no Exército e risco de ‘falhas’, mas nega fraude”, Davi Medeiros, 28/2/2023). As palavras exatas, de acordo com o Estadão foram:
“O general Arruda [o então comandante do Exército, Júlio César Arruda] fez o certo. Eu faria a mesma coisa. Impediu que entrassem no acampamento para prender as pessoas à noite. Ia rolar sangue.” (Idem).
“A participação dos militares”, continuou Rui, “é uma coisa escancarada. E não vai acontecer nada”.
O presidente do PCO questionou ainda os que pedem uma ação contra os militares: “Como é que você vai fazer alguma coisa em relação aos militares se você não tem poder nenhum? Não podemos cair na ilusão de que os problemas foram resolvidos. Na realidade nenhum problema foi resolvido.” Ainda criticando as ilusões defendidas pela esquerda pequeno-burguesa em relação aos manifestantes bolsonaristas presos e atacados pelo setor judicial da burocracia, Rui Costa Pimenta reforça um fato comum a quem conhece minimamente o cotidiano do Brasil: “Mesmo que acontecesse alguma coisa com essas pessoas processadas, nós também sabemos que esse pessoal é a terceira ou quarta linha do movimento direitista. Ninguém que estivesse em posição de destaque foi preso, só pessoas secundárias e sem importância alguma”, disse.
O fato relaciona-se com a recuperação dos perfis oficiais do PCO na internet e as redes digitais de comunicação, arbitrariamente bloqueados pelo STF em junho de 2022 e também com a rearticulação das comunicações digitais das forças bolsonaristas. Rui Costa Pimenta lembra que desde a posse, “a burguesia ‘aliada’, que supostamente estaria apoiando o governo do PT, vem fazendo uma sabotagem inacreditável.”
“O Banco Central”, continua, “mantém as taxas de juro em um patamar elevadíssimo, visivelmente para impedir uma política de desenvolvimento econômico, o que é defendido pelo PT. Na Petrobrás, a pressão é gigantesca, a ponto de terem sido indicadas para a diretoria da empresa pessoas totalmente contrárias à política petista, que ainda enfrenta pressão pelo aumento de impostos e redução dos programas sociais. Problemas vindos de todos os lados.”
O presidente do PCO elencou alguns dos problemas mais visíveis nestes quase três meses de governo: com uma eleição difícil, que dividiu o País ao meio, o governo não tem apoio popular sólido, não tem uma base de sustentação real no Congresso Nacional e nem entre os governos estaduais. Finalmente, a própria burguesia sabota até o que diz apoiar, como é o caso do aumento da margem fiscal para os programas sociais. É um governo desde já emparedado. “Sem uma mobilização popular, o governo não consegue chegar ao final do mandato, ou se chegar, será com uma política extremamente mutilada”, vaticinou.
A solução defendida pelo dirigente marxista para evitar o golpe é que o governo busque o apoio da população, através de medidas práticas. “O governo precisa consolidar o apoio popular através de medidas governamentais”, concluiu.

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