Na semana retrasada, foi amplamente divulgada a colocação de um economista austríaco, chamado Gunther Fehlinger, que, revoltado com o alinhamento do Brasil à Rússia no que diz respeito ao conflito na Ucrânia, propôs a divisão do país em sete estados hipotéticos. A tese parecia bastante radical e vinda de um militante radical pró-OTAN. Muitos dispensaram como um mero delírio de uma extrema-direita delirante.
No entanto, a realidade vai muito além. A ideia de dividir o Brasil é uma política do imperialismo, particularmente o norte-americano, e não é de agora. Para o imperialismo, a existência de países com grande área territorial e um desenvolvimento econômico como o do Brasil, é algo problemático. O mesmo se vê com relação à Rússia, China, Índia e outros. Todos esses países enfrentam assédio por parte do imperialismo, que busca dividi-los e fatiar o seu território em várias partes.
Uma comprovação de que a colocação de Fehlinger é algo que está nos planos do imperialismo é a própria repercussão que teve a afirmação. Fosse isso um delírio de um radical sem importância, teria ficado em segundo plano e caído no esquecimento em poucos dias. No entanto, os principais veículos da imprensa nacional e da estrangeira deram destaque para o que foi dito pelo austríaco.
A comprovação final de que está constituída uma ameaça contra a integridade territorial do País foi o tweet, aparentemente descompromissado, da Embaixadora do EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, que afirmou: “As ações do Brasil são importantes para o mundo. O que o Brasil faz importa em escala global. Se queremos garantir que valores democráticos sejam mantidos e que a integridade territorial de todas as nações seja respeitada, devemos continuar trabalhando bilateral e multilateralmente”.
Está colocado aí, em tom diplomático, que o Brasil deve se atentar às suas ações, caso contrário, a “integridade territorial” do país pode não ser respeitada. Quando a representante do imperialismo norte-americano no Brasil diz que devemos continuar trabalhando “bilateral e multilateralmente”, o que ela quer dizer é que o Brasil deve trabalhar no sentido de fazer o que quer o governo norte-americano.
Esse ataque à soberania nacional não pode ser tolerado pelo governo brasileiro. Lula já se colocou contra o imperialismo em diversos assuntos. Mais recentemente, ele fez uma denúncia do “neocolonialismo verde”, que procura usar a demagogia ambiental para impor aos países atrasados a vontade dos “donos do mundo”. Agora é o momento de dar uma resposta aos norte-americanos que estão propagando a ameaça de que o Brasil será dividido. Trata-se de algo inaceitável. O povo brasileiro é apenas um e o Brasil é apenas um. Nenhum divisionismo deve ser tolerado, tanto pela população quanto pelo governo brasileiro. A luta pela soberania nacional e pela manutenção da integridade territorial do Brasil está se colocando na ordem do dia. É preciso se colocar prontamente em defesa do Brasil e contra a ingerência imperialista.