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Paquistão

Golpe: Imran Khan é preso, condenado às vésperas da eleição

O regime golpista do Paquistão prendeu pela segunda vez no ano o líder popular Imran Khan. A crise no país se desenvolve rumo às eleições em outubro

No dia de ontem, sábado (5),  ex-primeiro-ministro do Paquistão e liderança nacional, Imran Khan, foi preso em sua casa, em Lahore, condenado a três anos de prisão sob alegações de corrupção. Khan foi derrubado num golpe em 2022, organizado pelo imperialismo, e o país se encontra numa crise política geral. O ex-primeiro-ministro enfrentou o golpe após ser derrubado, com comícios e manifestações gigantescas. Neste ano, novas eleições ocorrem, em outubro. Caso a condenação e a prisão permaneçam, Imran Khan não poderá concorrer.

O veredito se deu com base numa suposta venda de presentes que Khan teria recebido enquanto chefe de Estado durante seu mandato 2018-2022, num valor de mais de 140 milhões de rúpias paquistanesas (em torno de R$2.500.000). Entre os itens estariam relógios, perfumes, jóias de diamante e conjuntos de jantar. A condenação também determinou o banimento do ex-mandatário da política por cinco anos.

O político fez a denúncia do Reino Unido, das forças armadas e da inteligência do Paquistão durante o golpe, e repetiu as acusações sobre sua prisão. Desde o golpe em abril do ano passado foi alvo de mais de 150 acusações. Khan denuncia todas elas como politicamente motivadas.

O advogado de Imran Khan, Intezar Hussain Panjotha, declarou que será enviada uma petição contra a decisão para a Suprema Corte. “A Khan não foi dada a oportunidade para se defender e apresentar seu lado da história. Queríamos providenciar testemunhas a seu favor, mas ele não recebeu essa oportunidade. Khan não teve um julgamento justo.”

Nas redes sociais do ex-primeiro-ministro, em vídeo gravado pelo mesmo antes de sua prisão, e publicado logo na sequência em sua conta na rede X, ele conclama a população às ruas e afirma ter gravado o vídeo pois previa que pudesse ser preso: “Eu só tenho um pedido, um apelo para vocês. Vocês não devem ficar quietos em suas casas. A luta que eu estou travando não é para mim mesmo, é para a minha nação, para vocês. Para o futuro dos seus filhos. Se não se levantarem por seus direitos, irão viver vidas de escravos, e escravos não têm vida.” E ainda mencionou o “Plano de Londres”, que define como uma conspiração entre o comandante do exército, general Asim Munir, e o três vezes ex-primeiro ministro Nawaz Sharif, que está em Londres desde 2019 em auto-exílio, para tirá-lo da política. Essa é a segunda vez que Imran Khan é preso este ano. Em maio, sua prisão envolveu mais de 100 paramilitares, e levou a um distúrbio no país, com enfrentamentos entre apoiadores e a polícia.

Membro do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI) do ex-primeiro-ministro, Babar Awan  declarou: “um veredito ridículo por uma corte farsesca.”

O julgamento foi conduzido sem a presença de Khan para a audiência, e julgamentos in absentia não estão previstos na lei paquistanesa. O juiz poderia ter ordenado que o líder popular se apresentasse para o julgamento, ou poderia ter pedido que fosse trazido pela polícia. Se nesse caso ele não comparecesse, a corte estaria legitimada para proceder com o julgamento in absentia.

Liderança do PTI, Asad Umar afirmou: “A decisão de hoje não segue o princípio básico da lei e a justiça precisa ser feita. Essa decisão n”ao se sustentará na Suprema Corte. E as decisões significativas a respeito de políticos são feitas nos corações do povo, não nas cortes.”

Golpe imperialista

O golpe de 2022 foi movido após uma crescente radicalização e não alinhamento do então primeiro-ministro Imran Khan ao imperialismo. O governante vinha se aproximando da China e da Rússia, além de uma política com relativo sucesso quanto à autodeterminação da Caxemira. Em meio à operação militar russa na Ucrânia, e as sanções impostas pelos EUA e pela OTAN, Khan resistiu à pressão e estava a ponto de estabelecer um acordo com a Rússia, para conseguir petróleo barato para o Paquistão, com 30% de desconto, e então foi derrubado pelo parlamento por uma moção de desconfiança.

A popularidade de Imran Khan foi construída sobre a melhora nas condições de vida da população paquistanesa, o que se deu por acordos por fora do estabelecido pelo imperialismo, como grandes obras públicas no acordo do Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC). Sua política nacionalista lhe rendeu da oposição, dos setores pró-imperialistas, acusações de “ditador”, como já tradicional.

Após a moção de desconfiança, novas eleições deveriam ser convocadas imediatamente, como defendeu Khan nos protestos que se seguiram, mas não foi o que ocorreu. Em novembro de 2022, o ex-primeiro-ministro sofreu uma tentativa de assassinato numa de suas caravanas pelo país, e foi baleado na perna. A imprensa imperialista previa um afastamento do mesmo das ruas, para a recuperação, mas ele retornou de muleta pouco tempo depois. O esquema de segurança de Imran Khan, em todos os protestos, comícios e caravanas, foi realizado pelos próprios trabalhadores. A polícia, as forças armadas e a inteligência paquistanesa são vistas como um risco para o líder nacional.

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