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Monopólio

Globo rosna contra TV PT enquanto goza do Estado

Os partidos da direita não precisam de uma televisão própria, pois já têm a TV Globo, ou TV Tucano, um monopólio que precisa acabar

O colunista Eduardo Affonso, do jornal O Globo, escreveu um artigo contra o que ele chamou de “TV PT”. O Partido dos Trabalhadores (PT) solicitou ao governo a concessão de um canal de televisão. Para o jornalista, esse canal seria como “um horário eleitoral ‘gratuito’ 24 horas por dia, sete dias por semana”. Ele ainda criticou a criação de um “palanque eletrônico montado onde nenhum núcleo de militância virtual jamais esteve: na sala de sua casa”.

Naturalmente, Affonso defende os interesses do seu empregador, a Rede Globo. Para o monopólio da informação apenas ele pode pautar o debate nacional e chegar “na sala de sua casa”. O colunista, portanto, tenta desmoralizar a solicitação legítima do PT imaginando um mundo onde teríamos tido a TV Arena, a TV MDB, a TV PRN, a TV PFL, a TV Tucano e a TV PSL. Tentando utilizar-se da comicidade, o autor apenas consegue ser irritante. 

Mas, de qualquer forma, ele omite uma informação importante ao comentar sobre os períodos da política brasileira e as respectivas TVs de cada governo: os partidos da direita não precisam de uma televisão própria, pois já têm a Rede Globo e outros canais da imprensa burguesa. Assim, TV Arena, TV MDB, TV PRN, TV PFL e TV Tucano, por exemplo, podem simplesmente ser resumidas em TV Globo — porta-voz dos interesses da ditadura militar e do neoliberalismo. A TV PSL, do governo Jair Bolsonaro, não seria bem uma TV Globo, motivo pelo qual o ex-presidente de extrema-direita entrou em conflito com a rede de comunicação mais poderosa do Brasil.

Mas continuando, ao contrário da direita golpista tradicional, o PT não pode falar através da imprensa burguesa, que trabalha contra o desenvolvimento nacional seguindo o interesse do imperialismo. E esse é o ponto central do problema. A TV Globo tem uma concessão criminosa, que lhe permite ter o monopólio da informação no Brasil. É por esse motivo que os jornalistas globais trabalham incansavelmente em defesa da censura na internet — única forma (a não ser as publicações impressas, com alcance cada vez menor) de se contrapor a eles.

No entanto, a TV Globo não é um canal isento de jornalismo. Ao contrário, é representante da burguesia tradicional e pró-imperialista do Brasil. Portanto, atua como um partido, defendendo os seus interesses e manipulando o debate político brasileiro através disso. A criação de um TV PT, que Affonso aponto como algo “esdrúxulo […] para que pessoas com foro privilegiadíssimo pudessem se perpetuar no poder”, na verdade, seria apenas uma das formas de fazer um contraponto às mentiras da imprensa burguesa.

Se Globo, o jornal Estado de S.Paulo e outros órgãos da burguesia esbravejam contra a criação de uma TV PT e a realização de uma transmissão ao vivo semanal do presidente Lula em canais próprios, é porque são coisas boas. É extremamente natural que o maior partido do Brasil tenha sua própria imprensa. 

Na realidade, já passou da hora do PT criar seus próprios órgãos para não ficar depende da burguesia. Durante o governo Dilma, essa falta de imprensa facilitou a realização do golpe de Estado. Globo, Folha de S.Paulo e outros jornais apresentaram os integrantes da Lava Jato e o então juiz Sergio Moro, uns dos maiores criminosos da história do país, como heróis da luta “contra a corrupção” e o PT não conseguia combater a altura — mesmo estando no governo.

Para a esquerda, em geral, a criação de um canal de televisão do PT seria algo bom. No entanto, melhor ainda seria cassar a criminosa concessão da Globo e distribuir entre as organizações que representam os brasileiros. Para começar, todo partido político deveria ter direito a um canal de televisão e rádio. Em seguida, os sindicatos, as associações de moradores, os movimentos sociais, enfim, todas as organizações que representam os mais diferentes anseios da população.

É preciso combater o monopólio da burguesia sobre a informação. Para isso, é preciso democratizar a imprensa. Qual exatamente é o problema de um canal ser como “um horário eleitoral ‘gratuito’ 24 horas por dia, sete dias por semana”, com alega Eduardo Affonso?. A crítica só revela o desprezo da burguesia pelo debate político franco. Por esse motivo, a cada nova eleição, os horários eleitorais são cada vez menores. Desde a antidemocrática cláusula de barreiras, partidos como o PCO e outros nem mesmo têm o direito de aparecer na televisão.

O “horário eleitoral” é (ou melhor, deveria ser) justamente um instrumento para discutir os diferentes programas para o Brasil em um momento chave da política nacional. Mas, para Affonso, isso não tem importância. Importante mesmo é o povo acompanhar cegamente o que a Globo fala. Por isso ele se frustra com um “palanque eletrônico montado onde nenhum núcleo de militância virtual jamais esteve”. 

Para haver uma plena liberdade de expressão no Brasil, a Globo precisa acabar. O monopólio, que trabalha contra os interesses nacionais e populares, é um fardo para o país.

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