O atual governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, anunciou uma série de projetos para privatização de setores públicos, desejando entregar à iniciativa privada setores fundamentais do transporte em São Paulo, desagradando os setores populares. Na segunda-feira do mês de abril (10), o representante da política tucano-bolsonarista assinou um decreto visando estudar a privatização da Sabesp, a maior estatal paulista, e deve encaminhar a proposta à Alesp no dia 6 de outubro.
Em retaliação, os trabalhadores da Sabesp, revoltados com a política entreguista do governador de São Paulo, aderiram à greve geral junto aos companheiros do setor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô, que vão parar no dia três de outubro contra todas as privatizações de Tarcísio. A decisão foi tomada nesta terça-feira (26), na assembleia extraordinária virtual, realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema). A decisão foi praticamente unânime, com a totalidade apoiando à paralisação, 98%. De acordo com o diretor de imprensa do Sintaema, Anderson Guahy, a assembleia contou com representantes de todos os 370 municípios do estado de São Paulo, onde a Sabesp opera atualmente. Dessa forma, a paralisação deve atingir todas as localidades.
Além disso, no mesmo dia da greve, foi marcado um ato público por trabalhadores da Sabesp em frente à Estação Elevatória de Esgotos (EEE) – a primeira do estado – na zona norte da capital paulista. O presidente da Sintaema, José Antônio Faggian, afirmou que vem crescendo as mobilizações contra as privatizações e agradeceu aos setores populares e setores políticos que entendem que a privatização de uma estatal tão importante, é um retrocesso.
“O governador Tarcísio vai enfrentar a unidade dos trabalhadores do saneamento, ferroviários e metroviários. Ele resolveu ignorar os trabalhadores, a população e acelerar a privatização. Não vamos descansar até esse projeto ser enterrado.”
Tendência à mobilização
Além da greve no dia 3, os trabalhadores dos serviços essenciais estenderam por mais um mês, até o dia 5 de novembro , o Plebiscito Popular contra as privatizações. A iniciativa conjunta foi iniciada no início do mês. Os sindicatos pretendem dialogar com a população, a fim de que as privatizações sejam imediatamente revertidas. Os acontecimentos põem em evidência uma tendência à mobilização, que pode vir a ser muito importante para o movimento geral dos trabalhadores. A denúncia contra a política de rapinagem dos capitalistas é uma estratégia que deve ser adotada para reanimar os trabalhadores, que após seis anos de golpe de estado, iniciado em 2016, ficaram totalmente paralisados em consequência da capitulação e covardia das direções que dirigem os operários. É preciso apoiar os trabalhadores da CPTM, Metrô e Sabesp contra Tarcísio e sua gangue de neoliberais.