Na Cidade de Jundiaí, interior de São Paulo, no mesmo mês de janeiro ocorreu, em um mesmo frigorífico, vazamento de gás amônia e 19 trabalhadores tiveram que ser socorridos.
O último acidente foi no dia 24 de janeiro, o prédio teve que ser evacuado, sendo que, dos 19 que tiveram atendimento médico na hora da tragédia anunciada, 12 tiveram que ser levados ao hospital e posteriormente, quatro tiveram que ser internados.
Conforme o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSVP), 12 pacientes vítimas de um vazamento de amônia foram encaminhados para as unidades da instituição na manhã de terça-feira (24). Oito pacientes receberam alta médica e outros quatro seguem internados, sem previsão de alta. A princípio, o socorro foi feito no Pronto Atendimento (PA) Central, no PA Hortolândia e no pronto-socorro adulto do HSV.
Os trabalhadores vivem dentro de uma bomba relógio, que a qualquer momento está prestes a explodir. Essa é a situação de quem acaba indo trabalhar em frigoríficos.
Os acidentes com amônia, nos frigoríficos, todo ano faz inúmeras vítimas com sequelas irreparáveis, bem como, muitas mortes também.
Um exemplo é o que ocorreu com cerca de 30 trabalhadores no frigorífico do grupo BRF – Brasil Foods, onde, no final do ano, dois trabalhadores acabaram morrendo vítimas das irresponsabilidades dos patrões, bem como, de seus capatazes, chamados de gerentes, encarregados, etc.
Os trabalhadores em frigoríficos ficam entregues à própria sorte, pois não há nenhuma segurança para esses funcionários, que apesar disso, são chamados de”colaboradores”.
Os operários são como carnes de canhão. Não à toa que o setor frigorífico é considerado nas pesquisas que tratam de levantamentos sobre acidentes e doenças ocupacionais, como os verdadeiros campeões.
Tragédia anunciada
Na maioria dos frigoríficos, os vazamentos são rotineiros, o de jundiaí, por exemplo, em apenas no mês de janeiro, ocorreram dois vazamentos nos dias 15 e 24.
Os patrões não ligam a mínima, quanto à verdadeira calamidade dentro dos frigoríficos. Conforme a vizinhança relatou, é a segunda vez que o vazamento acontece, porém, dessa vez foi mais forte.
No entanto, os patrões, sempre têm uma história para contar, de que estão fazendo de tudo para resolver o problema, que se solidarizam com a situação dos “colaboradores” ou seja, uma verdadeira farsa.
Os patrões, quando do governo anterior, conseguiram extinguir o descanso semanal dos trabalhadores, as Normas Regulamentadoras (NRs) que tratam das condições de segurança e saúde dos operários e seguem com a mesma política, cujo objetivo é aumentar, cada vez mais suas já gordas contas bancárias.
Desta forma, os funcionários são as principais vítimas dessa ganância dos patrões. que se instale comissão de fábricas escolhidas pelos próprios operários, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), também escolhidas somente por trabalhadores.
É preciso ainda, que se discuta a situação junto com os demais sindicatos combativos e de luta, bem como, com a CUT à frente, em uma luta conjunta contra os brutais ataques às condições de vida e saúde dos trabalhadores desse setor industrial.