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Imprensa pró-imperialista

Folha tenta justificar escândalo de Dalai Lama

Grupo Folha utiliza linguagem "doce" e "inocente" para manter Dalai Lama santificado como líder de um golpe de Estado na China

Dalai Lama é um daqueles personagens que fazem parte do folclore do indivíduo de classe média bem pensante. Assim como Ghandi, Dalai Lama é considerado como uma “figura iluminada”, que visa trazer a “paz mundial”, chegando a ganhar o prêmio Nobel da paz em 1989 (ano do suposto “massacre da praça da Paz Celestial). Porém, como sabemos, essa premiação é destinada àqueles que prestam bom serviços à “democracia” dos Estados Unidos.

O “líder espiritual” durante a semana se envolveu em mais uma polêmica, agora por pedofilia, e rapidamente o grupo Folha de S. Paulo, por intermédio do UOL , escreveu uma série de matérias e reportagens tentando passar um pano no Dalai Lama, que neste momento, mais enlameado que caminhão atolado na rodovia transamazônica. De acordo com o portal, “Não é nome: Dalai Lama já reencarnou 13 vezes, segundo crença budista” [1].

Na matéria com conteúdo “histórico”, o UOL visa combater as reações críticas e negativas que Dalai Lama, “líder político”, de acordo com o portal. Assim, o grupo Folha pretende manter a santidade de Dalai Lama, a fim de evitar uma desmoralização completa do líder do Tibet para o golpe de Estado contra a China. Já tratamos neste Diário [2] o Dalai Lama é um agente da CIA, por meio de sua organização soft power, o NED. Eis que o cartunista Latuff apresenta a nossa matéria de 2021, por meio de uma charge, para o veículo de imprensa chinesa Global Times, que mostra o indefectível “Tio Sam” assistindo à cena. Tio Sam diz: “Só mostre a língua quando mandarmos”. Como amplamente divulgado, o exilado na Índia, Dalai Lama pediu que um menino beijasse sua língua, esquecendo por um segundo que é um dos fantoches prediletos do imperialismo.

A charge de Latuff fez muito sucesso porque mostra bem o que os EUA pensam. Dalai Lama só poderia mostrar sua língua, publicamente, apenas quando derem ordem. Aquilo que ele faz nas alcovas dos conventos é para ficar nas alcovas. Por outro lado, chama a atenção na matéria do portal UOL, que o grupo Folha tenta dar um ar “inocente”, quase informativo, para dizer o que é Dalai Lama, idade, verdadeiro nome e levar tudo somente para o campo cultural. Isto é, a Folha só questiona “questões morais” quando convém, quando, por exemplo, questiona o preço do sofá e da cama comprados para o Palácio do Alvorada. O objetivo da matéria foi o de amenizar e contornar o impacto negativo que a atitude gerou nas redes sociais. Como o Dalai Lama ainda é útil para o imperialismo, a Folha, que é pró imperialista, trata de “sutilmente” passar um pano na situação, mas, na medida em que a Folha tenta, mais elementos são levantados contra o Dalai Lama.

Ao Dalai Lama

A abstrata “cultura de paz”, que permeia setores de esquerda e direita, é fruto de ampla campanha pró-imperialista, que utiliza clichês e “ecos do maio de 68” e “movimento hippie” como movimentos pacíficos da esquerda, o que acabou por inspirar acadêmicos e militantes políticos. A direita venal, representada por um jornal conservador como a Folha de S. Paulo, que faz a tática básica do jornalismo da grande burguesia, que é a de abarcar todos os espectros políticos com sua ideologia, e a Folha tem expertise nessa tática. Basicamente a Folha se camufla com o verniz dos Direitos Humanos, para impregnar a esquerda de conteúdos superficiais, ou mesmo até mesmo “golpista”.

O 14º Dalai Lama é um anticomunista que herdou o trono do território do Tibet e criou a resistência pró-imperialista a partir do Chushi Gangdruk, uma milícia guerrilheira apoiada pelo governo fantoche de Chiang Kai Chek e o partido vassalo Kuomintang. O “pacifista” Dalai Lama, com apoio do Presidente dos Estados Unidos, Dwight D. Eisenhower e com uso da CIA, forneceu armas, munições e treinou Gang Chushidruk, a fim de fortalecer a guerra por procuração contra Mao Tsé Tung. Além da Gang, a CIA apoiou outros grupos de guerrilha no Colorado (EUA).

A situação do Tibet mudou com a Revolução Chinesa, quando a China entrou em processo revolucionário, em 1949, estabeleceu a ocupação territorial anti-imperialista para libertar o povo do Tibet do massacre dos Dalai Lamas, com base nos tratados em que o Tibet era parte do território chinês, como entidade autônoma em respeito à tradição budista. No processo da revolução, o 14º XIV Dalai Lama realizaria a espionagem para defender o território do Tibet em prol dos Estados Unidos, contra o avanço comunista.

A política de passar panos

A Folha é um jornal dos bem-pensantes. Até mesmo setores de esquerda consideram esse veículo para análises, publicações e comentários, por isso Dalai Lama, um conservador anti-comunista, que deve ser mantido como santidade bem-pensante, que tudo o que ele faz, é apenas para a autonomia budista tibetana, enquanto na realidade, nada de cultural na atitude do Dalai Lama, foi mesmo uma gafe, da atitude que prega nos livros, serve apenas como instrumento de ação política do imperialismo.

No ritmo da Folha outros portais da burguesia, como o Metrópoles também saiu em defesa, destacando a frase da assessoria do imperialismo: “Sua Santidade costuma brincar com pessoas que conhece, de maneira inocente e brincalhona, mesmo em público e diante das câmeras. Ele lamenta esse incidente”, diz o comunicado oficial. Na prática, o que tenta se preservar é o movimento de monges budistas latifundiários de terras e escravistas na região, além da possibilidade de manter a China cercada de “regiões autônomas” que atuam na desestabilização daquele País.

Na realidade, o anticomunismo brasileiro vindo da classe média bem-pensante, é o que a Folha mantém cativo.

Notas

[1] Não é nome: Dalai Lama já reencarnou 13 vezes, segundo crença budista. Em UOL. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2023/04/11/o-que-significa-ser-um-dalai-lama.htm?cmpid=copiaecola

[2] Como o NED atua para desestabilizar a China: O caso Tibet. Em: Diário Causa Operária.  24/11/2021.

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