O clássico mais charmoso do Brasil ficou no 0 x 0 nesta terça-feira (16). Flamengo e Fluminense disputaram a primeira partida das oitavas-de-final da Copa do Brasil no Maracanã. Como era de se esperar pela importância da partida e pela rivalidade das duas equipes que disputaram as últimas quatro finais do Campeonato Carioca, foi uma partida difícil para ambos os times.
O Flamengo fez talvez a sua melhor partida no ano, ainda se recuperando da destruição ocasionada pelo português Vitor Pereira, que, assim como Stálin, é um grande organizador de derrotas. Agora, com Sampaoli, o Rubro-negro volta a se recuperar, mas ainda está muito bagunçado.
O Fluminense, por sua vez, com um a menos desde o início do segundo tempo, fez jus ao apelido de “time de guerreiros”. O time treinado por Fernando Diniz conseguiu segurar um empate em ambiente hostil. Mesmo com o mando de campo, a torcida mais ouvida era rubro-negra. As organizadas do Fla decidiram se unificar e cantaram a partida inteira, levantando um coro imenso para impulsionar os seus jogadores.
O jogo começou bem, mas logo o Flamengo subiu a marcação e o Fluminense, pressionado, ficou com dificuldades na saída de bola. Sempre que o tricolor ensaiava um contra-ataque, era parado por uma falta em sua área, sem conseguir dar sequência à jogada. O horroroso árbitro Daronco poupou cartões amarelos para os flamenguistas. O Fluminense seguiu apanhando até que, ainda no primeiro tempo, o craque Marcelo teve de sair de campo, lesionado na panturrilha. E o jogo ficou truncado.
No início do segundo tempo, Felipe Melo foi expulso após realizar falta em Gabriel Barbosa, que seguiria sozinho, para ficar cara a cara com o goleiro. Mas, mesmo com um a menos, o tricolor foi melhor no segundo tempo, mais organizado. O colombiano John Arias ainda conseguiu dar umas escapadas no contra-ataque e ameaçar o adversário.
No entanto, os ataques do Flu foram exceção. Foi uma partida de ataque contra defesa. Em clássico, e no 10 x 11, o empate foi lucro para o tricolor, que ainda pode resolver na segunda partida. Mesmo sem gols, foi um jogão, como não poderia deixar de ser a disputa entre Os irmãos Karamazov, como diria o escritor tricolor Nelson Rodrigues — ou o Clássico das Multidões, como diria o também escritor, e irmão flamenguista do outro, Mario Filho (que, aliás, dá nome ao estádio do Maracanã).