O ministro da Justiça, Flávio Dino, está em Campo Grande, Mato Grosso do Sul para anunciar uma parceira e investimentos em um dos governos mais violentos contra a população e, em particular, contra os índios e sua luta pela terra. O governo em questão é do tucano e ex-presidente da Famasul, Eduardo Riedel.
Flávio Dino anunciou um investimento de R$ 121 milhões e boa parte desses recursos é dado a principal instituição que ataca e mata os índios, a polícia militar e civil do estado. Serão entregues 82 novas viaturas, equipamentos de segurança aos policiais, equipamentos de repressão a população como pistolas, munições, detectores de metais, fardas e muitos outros equipamentos para “fortalecer” a polícia e suas ações.
Além de fortalecer a criminosa polícia, Dino também anunciou que irá construir quatro novos presídios, ou depósito de pessoas pobres, totalizando o valor de R$ 60 milhões, sendo duas penitenciárias na Capital, uma em Jardim e outra em Nova Andradina.
Fortalecendo a instituição que mais ataca e mata índios no Brasil: a PM
Flávio Dino vem demonstrando uma posição ditatorial de ataque à população, ao contrário do que é divulgado pela burguesia e sua imprensa venal, e que a esquerda pequeno burguesa vai a reboque.
No sentido oposto do que a esquerda defende, o ministro Dino defende o fortalecimento de uma das instituições que mais ataca a população pobre e trabalhadora, formada pelas forças de repressão e principalmente a Polícia Militar.
No caso do Mato Grosso do Sul, a atuação da Polícia Militar contra os índios é ainda mais gritante. Governada diretamente por latifundiários, e neste momento por quem organizava a pistolagem contra os índios no Estado, pois o governador Eduardo Riedel é ex-presidente da Famasul, a polícia está cada vez mais atuando em favor do latifúndio abertamente como pistoleiros do latifúndio.
Somente neste ano, sob o comando de Eduardo Riedel, a Polícia Militar, em conjunto com a Polícia Civil, já prendeu pelo menos 14 índios Guarani-Caiouá e Terena de maneira totalmente arbitrária, sem provas e com processos fraudulentos, que estavam a frente da luta pela terra.
No dia 3 de março, o batalhão de choque da Polícia Militar do estado de Mato Grosso do Sul despejou, sem mandado judicial, indígenas Guarani e Kaiowá que haviam retomado uma fazenda localizada no território do tekoha Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante (MS). Dois homens e uma mulher Kaiowá foram presos e indígenas, em número ainda não confirmado, foram atingidos por disparos de bala de borracha.
No dia 8 de abril, equipes da Força Tática e do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul realizaram uma ação totalmente ilegal e criminosa contra os índios da retomada Iwu Vera, em Dourados, que estavam lutando contra a grilagem de suas terras pela incorporadora Corpal e a construção de um condomínio de luxo, onde prenderam dez índios.
No dia 18 de agosto, a Polícia Civil juntamente com a Polícia Militar do Mato Grosso do Sul prendeu a liderança Guarani-Caiouá que está na linha de frente da luta pela terra no estado. O cacique Valdir Martins na retomada Kurupi, em Naviraí/MS, sem nenhuma prova e com processos muito antigos movidos por latifundiários da região.
Isso sem citar as inúmeras tentativas de despejos ilegais da polícia militar a mando do governador e do seu secretário de justiça, o ex-delegado da polícia civil, Antônio Carlos Videira, que resultaram em índios feridos a bala de munição letal e assassinatos do governador tucano anterior Reinaldo Azambuja.
Outra informação interessante é que em maio deste ano houve a visita da subsecretária-geral das Nações Unidas e Assessora Especial para Prevenção do Genocídio, Alice Wairimu Nderitu. Durante a visita às comunidades Guarani-Caiouá, a subsecretária ouviu dezenas de lideranças Guarani-Caiouá e todas relataram estarem sendo ameaças e perseguidas pela polícia militar. Não vamos citar nomes e nem colocar os vídeos, pois estão sendo ameaçadas. Mas é evidente o papel das forças policiais atuando como pistoleiros do latifúndio, e de farda!
Esses são pouquíssimos exemplos mais recentes dos ataques contra os índios realizados pela polícia que está sendo fortalecida e equipada pelo ministro Flávio Dino.
Política de Flávio Dino fortalece a extrema-direita
Umas das evidências que a política do ministro Flávio Dino fortalece a extrema-direita e quem mais ataca a população pobre, e neste caso, os índios, é que governador Eduardo Riedel (PSDB) e o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, acompanharam o evento e aplaudiram o ministro com grande entusiasmo.
Dino vem se destacando não em combater quem mais massacra a população, mas em políticas de repressão, encarceramento e retirada de direitos democráticos da população. Além de se calar diante de casos absurdos do judiciário e das forças policiais em crimes contra a população, como, por exemplo, nos casos de prisões de índios citados nesta matéria acima, e exaltar a polícia nos ataques contra a população pobre nos massacres realizados em favelas no Guarujá, em São Paulo, possui uma ficha corrida de repressão e apoio a extrema-direita desde que chegou ao Ministério da Justiça.
Um dos maiores ataques foi o chamado Pacote da Democracia, que não passa de um pacote da repressão digno do governo Jair Bolsonaro. Também nomeou em janeiro, para o comando da Força Nacional a Fernando Alencar Medeiros, ex-comandante-geral da PMESP durante o governo João Dória, entre 2020-2022, e ex-comandante do 1º Batalhão de Polícia de Choque – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA).
É notório o apoio do ministro Dino a quem mais ataca a população brasileira. O fortalecimento das forças policiais é um ataque direto a população, e o fortalecimento da polícia do Mato Grosso do Sul vai intensificar os ataques violentos, a perseguição e a mais mortes de índios que lutam por seus direitos e contra o latifúndio.
Flávio Dino se mostra como um defensor da instituição mais criminosa do país e do Mato Grosso do Sul, que atua abertamente em defesa dos latifundiários e do massacre contra os índios. É preciso denunciar Flávio Dino e essa política de fortalecimento da criminosa polícia militar e civil e defender o fim dessa instituição.