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Censura e Vigilância

FBI ajudou SBU a censurar e coletar dados de usuários do Twitter

Denúncia revela estreita relação entre o imperialismo e o regime nazista ucraniano, atuando em conjunto para censurar e coletar dados indivíduos que se opõem à guerra

Em reportagem publicada no portal de jornalismo investigativo The Grayzone, o jornalista canadense Aaron Maté denuncia e expõem a atividade conjunta do FBI (unidade de polícia do Departamento de Justiça dos EUA), com o SBU (agência de inteligência da Ucrânia) para censurar e vigiar, através da coleta de dados, usuários do Twitter.

Em dezembro de 2022, menos de dois meses após ter comprado o Twitter, Elon Musk forneceu a diversos jornalistas uma séria de arquivos internos da empresa, em episódio que ficou conhecido como Twitter Files.

Conforme relata Maté, dentre os documentos vazados encontra-se um email enviado ao Twitter pelo agente especial do FBI, Aleksandr Kobzanets, datado de 27 de março de 2022. Nele, o agente, agindo expressamente em nome do SBU, fornece à big tech uma lista de contas de usuários suspeitos de, segundo a agência de inteligência ucraniana, “disseminar desinformação e notícias falsas a fim de refletir de forma imprecisa os eventos na Ucrânia e justificar crimes de guerra das autoridades Russas no território do Estado ucraniano, em violação à lei internacional”. Além da lista, anexada ao e-mail, havia um memorando do próprio SBU requerendo ao Twitter a suspensão das contas e o fornecimento dos dados pessoais dos usuários “a fim de parar a agressão russa no front da informação”.

A lista continha 163 contas, dentre elas as dos jornalistas russos Vladimir Solovyov e Margarita Simonyan (editora chefe da RT);  dos políticos russos Gennady Zyuganov; Dmitry Rogozin e Sergey Mironov. Além deles, ucranianos também estavam listados, dentre os quais o blogger e político Anatoly Shariy (crítico do Euromaidan e dos governos que se seguiram) e Andriy Portnov (advogado e político outrora membro do alto escalão do governo de Viktor Yanukovych, alvo do golpe de Estado de 2014).

Contudo, a lista não se limitava a cidadãos russos e ucranianos. O próprio Aaron Maté foi listado por conta de sua atividade de jornalista no The Grayzone.

A censura perpetrada pelo FBI a pedido do SBU por si só já é extremamente grave. Contudo, é importante frisar a questão da vigilância, ou seja, do fornecimento de dados pessoais dos usuários do Twitter ao SBU.

A essa altura do campeonato, já é fato notório que o regime político ucraniano que surgiu com o Euromaidan foi erguido e é sustentado por meio das milícias nazistas herdeiras de Stepan Bandera e dos nazistas ucranianos que lutaram ao lado de Hitler na Segunda Guerra Mundial. Um desses políticos da extrema-direita, Anton Gerashchenko (atual Ministro do Interior da Ucrânia) é um dos fundadores do site Myrotvorets, site que lista os “inimigos do Estado” e suas informações pessoais, sendo potenciais alvo de assassinato. Um dos “inimigos do Estado” era Darya Dugina, filha de Alexander Dugin, assassinada em agosto de 2022.

Tendo em vista que um dos fundadores do site é membro do alto escalão do governo ucraniano, é seguro afirmar que a coleta de informações pelo SBU serve para alimentar o banco de dados do Myrotvorets, listando novos “inimigos do Estado”. Assim, quando o FBI requer ao Twitter, a pedido do SBU, os dados pessoais de usuários da rede, está sendo responsável pela eventual morte das pessoas listadas no Myrotvorets.

Assim, não é coincidência que um dos mais recentes “inimigos do estado” listado no site é o próprio Aaron Maté, tendo sido incluso em 23/04/2023, ou seja, após o FBI ter entrado em contato com o Twitter, requerendo, em nome da SBU o fornecimento de dados pessoais de seus usuários.

Vê-se, então, o quão estreita é a relação do imperialismo, em especial dos EUA com o regime nazista ucraniano.

Desde o início da guerra já havia ficado notório o apoio do imperialismo a Kiev, afinal, a Ucrânia foi utilizada como bucha de canhão na tentativa de se fechar um cerco contra a Rússia, a fim de facilitar ações para a derrubada do regime, seja através de golpes de Estado, de uma balcanização ou mesmo de uma invasão militar.

No primeiro ano da guerra, o apoio do imperialismo à Ucrânia materializou-se, dentre outras formas, através de uma gigantesca campanha de censura contra tudo o que fosse de origem russa, até mesmo a própria cultura.

A censura também atingiu (e continua atingindo) todos aqueles que tentam expor a realidade do que acontece no palco do conflito. Aliás, ela vai além – são alvo de censura também os que expõem as reais origens do conflito, ou seja, o Euromaidan, golpe de Estado perpetrado em 2014 pelo imperialismo.

Tanto é assim que, recentemente, a ucraniana Elena Kolbasnikova foi condenada a pagar uma multa de 900 euros em um tribunal em Colônia, simplesmente por se posicionar favoravelmente à Rússia, e realizar protestos nesse sentido. Cumpre frisar que a condenação poderia ter chegado até a três anos de prisão. A conversão para a pena de multa se deu pelo fato de ela estar desempregada e ser mãe de dois filhos, os quais ficariam desamparados com sua prisão.

Vê-se, portanto, que a estreita relação entre os países imperialista e a Ucrânia não se resume ao envio de armas e dinheiro para que o país do leste europeu continue servindo de bucha de canhão para desestabilizar o regime político russo.

Ela também inclui uma ampla política de censura, vigilância e coleta de dados pessoais contra todos que se opõem ao imperialismo, expondo os reais dados da guerra e a origem da mesma.

Além de todos os episódios de censura anteriores, relatados acima, o recém-revelado conluio entre o FBI e a SBU, a fim de fazer o Twitter censurar seus usuários e ceder informações pessoais dos mesmos ao serviço de inteligência ucraniano, demonstra que as ditas “democracias” dos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha e demais Estados Imperialistas não existe. Tais regimes são, na realidade, ditaduras, devendo ser expostos como tal.

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