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Arquitetando invasão no Níger

Fatos que comprovam que Victória Nuland é uma criminosa de guerra

O histórico de Victória Nuland a expõe como uma das principais agentes da política externa genocida do imperialismo ianque, estando por trás também da iminente invasão ao Níger

Nesta quinta-feira (10), a CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) aprovou uma invasão militar contra o Níger para derrubar o governo nacionalista que resultou do recente golpe de Estado, governo este que tem amplo apoio popular.

A decisão foi anunciada pelo presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouatarra. Segundo o mandatário, “Os chefes de Estado terão outras conferências para finalizar as coisas, mas têm o acordo da Conferência de Chefes de Estado para que a operação comece o mais rápido possível”.

Trata-se de um a decisão tomada a mando do imperialismo, tanto o norte-americano, quanto o europeu. Afinal, desde o primeiro dia do golpe a imprensa imperialista, portas vozes oficiais e mesmo chefes de Estado dos países imperialistas condenaram o novo governo nacionalista.

Nesse sentido, é importante atentar que uma das figuras mais nefastas do imperialismo norte americano esteve em frequente visita a vários países africanos desde o dia 29 de julho, ou seja, 3 dias após o golpe no Níger.

Essa figura nefasta é Victória Nuland. Até o dia 28 de julho, ela era titular apenas da função de subsecretária de assuntos políticos do Departamento de Estado norte-americano.

Contudo, exatamente no dia 29 de julho, o presidente Joe Biden a nomeou como subsecretária de Estado, cargo apenas abaixo do próprio Secretário de Estado, Anthony Blinken. É um braço direito do secretário. Esta informação pode ser conferida no próprio sítio do Departamento de Estado dos EUA.

No dia 7 de agosto, Nuland esteve no Níger para tentar resolver a situação “diplomaticamente” e “restaurar a democracia”, conforme linguagem cínica do imperialismo. Segundo relatório prestado por Nuland ao Departamento de Estado, ainda no dia 7, via teleconferência, a política do no governo não está de acordo com a “Constituição”. Uma constituição imposta pelo imperialismo, diga-se de passagem. Disse que a reunião com os líderes militares do novo governo foram difíceis, e que tenderiam a se tornar mais difíceis ainda caso o presidente pró-imperialista Bazoum não fosse restaurado ao cargo.

Em suma, esteve no país para ameaçar o novo governo com um golpe pró-imperialista. Não funcionou, os militares não se curvaram.

Apenas três dias após o presidente da Costa do Marfim anunciou a decisão da CEDEAO de mobilizar tropas para invadir o Níger.

Não coincidentemente, Victoria Nuland esteve na África entre os dias 29 de julho e 4 de agosto, sendo que um dos países visitados fora  a própria Costa do Marfim, a fim de se reunir com o governo local.

Coincidência? De maneira alguma. É seguro dizer que Nuland foi à Costa do Marfim para articular o que fazer a respeito da situação no Níger, caso as “negociações diplomáticas” não fossem aceitas pelo novo governo, nacionalista. Como as “negociações” não foram frutíferas (ou seja, o Níger não se curvou perante os EUA), o imperialismo determinou à CEDEAO a intervenção militar.

Em suma, Nuland esteve na África para fazer o que faz de melhor: promover golpes de Estado, guerras e a rapina econômica contra países que são uma pedra no sapato dos EUA.

Nesse sentido, cumpre expor o histórico de intervenções imperialistas capitaneadas por Victória Nuland, essa figura execrável da política mundial.

1º Contribuiu para a destruição econômica da Rússia e do Leste-Europeu, após a dissolução da União Soviética, e com completa dissolução da Iugoslávia.

Entre os anos de 1997 a 1999, exerceu a função de subdiretora para os assuntos da antiga União Soviética, no Departamento de Estado, com atenção voltada primariamente à Rússia e aos países do Cáucaso.

Sabemos que após a dissolução da União Soviética o imperialismo promoveu uma desenfreada destruição econômica da Rússia (e demais países do Leste-Europeu), através da política neoliberal. De detentora de um dos maiores parques industriais do mundo, a Rússia foi relegada a exportadora de matéria prima (principalmente gás e petróleo). Segundo Naomi Klein, autora do livro “A Doutrina do Choque” (em que explica em detalhes a nefasta política do neoliberalismo), “Em 1996, 25% da população russa – quase 37 milhões de indivíduos – viviam num estado de pobreza descrito como ‘desesperador”. Entre 1992 e 2006, a população Russa diminui em 6,6 milhões de pessoa. O consumo de drogas aumentou em 900%. A taxa de suicídio atingiu o paroxismo. Tal é um breve relato do resultado da destruição econômica promovida pelo imperialismo na Rússia.

Conforme já dito, Nuland foi uma importante engrenagem nessa ação genocida dos EUA.

Considerada uma das principais “diplomatas” norte-americanas para a Europa, Victória Nuland também teve papel na completa destruição da Iugoslávia. Ajudou a coordenar o bombardeio da República da Iugoslávia pela OTAN, em 1999. Cmo prêmio por seu serviço prestado à balcanização do que ainda restava do antigo Estado operário, Nuland recebeu uma condecoração do Departamento de defesa.

Isto foi apenas na década de 90. Ela continuaria suas proezas nos anos 2000, em duas das campanhas mais terroristas realizadas pelos Estados Unidos.

2º As invasões do Iraque e do Afeganistão

De 2003 a 2005, durante o primeiro mandato de George. W. Bush, Nuland foi a principal conselheira de política externa do vice-presidente Dick Cheney, tendo exercido um papel fundamental na destruição que os EUA causaram no Iraque.

Invadido sob o pretexto falso de que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa, a invasão norte-americana resultou em uma rapina imperialista jamais vista anteriormente. O país do Oriente-Médio teve sua economia completamente aniquilada. Antes um dos países mais industrializados da região, a invasão dos Estados Unidos promoveu, de início uma completa destruição da infraestrutura do país. Com a população iraquiana completamente à míngua, sem poder recorrer a absolutamente nenhum tipo de serviço essencial, o imperialismo invadiu o país com suas corporações. Todo o estado Iraquiano e também sua empresas privadas foram loteadas para os monopólios imperialistas. Dentre ele estava a Halliburton, empresa que já teve o próprio Dick Cheney como um de seus presidentes e que, à época, ainda detinha uma significa parte das ações da empresa, o que lhe rendeu a multiplicação de seu patrimônio já milionário.

Sendo a principal assessora para a política externa de Dick Cheney, Victória Nuland foi então uma figura chave na destruição do Iraque. Somadas a destruição física da infraestrutura, e a rapina neoliberal que se seguiu, estimasse que mais de 1 milhão de iraquianos foram mortos pelo imperialismo.

Eis aí mais uma guerra que teve fundamental participação de Nuland, que já acumulava centenas de milhares de mortes, quiçá milhões na sua conta.

Mas ela não pararia por aí.

O ápice do seu protagonismo em promover golpes de Estado, guerras e destruir países veio em 2013/2014, na Ucrânia.

3º A arquiteta do “Euromaidan”, o golpe de estado de 2014 na Ucrânia.

Em maio de 2013, Nuland foi nomeada para a função de assistente do secretário de estado para assuntos Europeus e Euro-asiáticos. Uma posição dentro do Departamento de Estado dos EUA voltado a implementar a política imperialista na Europa e na Eurásia.

Nesse mesmo ano, o governo da Ucrânia estava em tratativas com a União Europeia para a assinatura do Acordo de Associação, um tratado que permitira ao imperialismo, europeu e norte-americano, aprofundar a penetração econômica e o controle político sobre o país do leste-europeu. As tratativas remetiam ao ano de 2008, em que a Ucrânia tinha um governo pró-imperialista.

Já em 2013, o presidente do país era Viktor Yanucovych. Embora sua política frequentemente se caracterizava por um equilibrismo entre a Rússia e os países imperialistas, não se pode qualificá-lo como um político pró-imperialista. Tendia mais à Rússia. Assim, em 21 de novembro de 2013, as tratativas para se firmar o Acordo de Associação Ucrânia – União Europeia foram suspensa por Yanukovych, em razão das condições desfavoráveis.

No mesmo dia, o imperialismo utilizou-se de seus agentes internos (políticos pró-imperialistas, ONGs e a extrema-direita) para dar início a manifestações golpistas, visando à derrubada no governo. O processo do golpe foi de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, quando se consumou. Durante todo o período, o imperialismo mostrou irrestrito apoio a golpe.

E qual foi o papel de Victória Nuland? Foi a principal arquiteta do golpe, tendo em vista a função que ocupava à época. Ainda em 2013, no mês que se seguiu ao início do processo golpista, ela esteve presencialmente na Ucrânia, em mais de uma ocasião. Em discurso feito na ONG “US-Ukraine Foundation”, Nuland afirmou que os EUA haviam gastado aproximadamente US$5 bilhões em programas para “promover a democracia” na Ucrânia, deste o fim da União Soviética. Ademais disto, ela esteve nas próprias manifestações, discursando para os manifestantes golpistas, demonstrando apoio incondicional ao golpe.

Se isto já não bastasse para revelar seu papel fundamental no golpe, a confirmação definitiva veio no dia 04 de fevereiro de 2014. Foi vazado à imprensa um telefonema entre Nuland Geoffrey Pyatt (embaixador americano na Ucrânia). O famoso telefonema do “foda-se a UE”. Na conversa, Nuland disse claramente que o parlamentar ucraniano pró-imperialista Arsenyi Yatsenyuk seria o escolhido como chefe de governo. Isto, de fato, se concretizou após o golpe. Yatsenyuk foi nomeado primeiro-ministro em 27 de fevereiro.

Arquitetado por Nuland, o golpe do “Euromaidan” teve como tropa de choque a extrema-direita ucraniana, descendentes diretos dos nazistas ucranianos que massacraram judeus, poloneses e eslavos na segunda guerra mundial, em colaboração com a SS.

Pelo seu caráter antirrusso, o novo governo surgido do golpe promoveu uma guerra civil contra a população do Donbass, guerra esta que resultou em um número oficial de cerca de 15 mil mortos (relatos da população local, contudo, dizem que esse número fora 10 vezes maior). Mas a guerra no Donbass não foi o único resultado dos serviços prestados por Nuland. Tendo que, com o golpe de 2014, a Ucrânia se tornou uma ponta de lança do imperialismo contra a Rússia, o imperialismo tentou torná-la membro da OTAN, o que acabou por resultar na guerra da Ucrânia, ainda em andamento, cujas mortes de ucranianos estima-se na casa das centenas de milhares.

Em outras palavras, mais um golpe, dois guerras e centenas de milhares de mortes para se colocar na conta de Victória Nuland.

É esta pessoa que esteve “a passeio” pela África desde o final do mês de julho, encontrando-se com o governo da Costa do Marfim e ameaçando o governo nacionalista do Níger com uma invasão militar.

Dado todo o histórico terrorista de Victória Nuland contra países atrasados, resta claro que ela, a mando do imperialismo, é uma das arquitetas da já decretada invasão militar ao Níger e da possível guerra continental que daí pode advir.

Trata-se de uma criminosa de guerra, cujos atos passados, presentes e futuros devem ser constantemente denunciados, a fim de que os países oprimidos que lutam por sua independência tenham condições de prever as movimentações do imperialismo e triunfar sobre sua política de destruição econômica, suas tentativas de golpe de Estado e de invasão militar.

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