A Espanha vai às urnas em eleições antecipadas, no próximo dia 23 de julho, para escolha de parlamentares, tendo, como em boa parte dos países europeus, a extrema-direita em grande crescimento.
O Partido Popular Conservador (PP) aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenções de voto com 33% do eleitorado, se transformando na maior força política do país já que também foi o grande vencedor nas recentes eleições municipais, incluindo a capital Madrid, em que conquistou 31,5% dos votos contra 28% do partido governista, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Assim como o conservador PP, o partido de extrema-direita,VOX, teve um grande crescimento nas eleições municipais e viu triplicar o seu número de vereadores, conquistando 7% do total de votos.
Os dois partidos representantes da direita, PP e VOX devem governar em aliança e juntos têm um total de 47% das intenções de votos para as eleições parlamentares do próximo dia 23.
ASCENSÃO DA EXTREMA DIREITA
Assim como ocorre na Espanha, países como a Alemanha, Finlândia, Suécia, dentre outros, também veem a extrema-direita conquistar um lugar cada vez mais central na vida política.
Na Alemanha, a cidade de Sonnenberg, na região leste do país, no estado da Turíngia, viu o partido de extrema-direita Alternative für Deutschland chegar pela primeira vez ao poder nas últimas eleições municipais.
Robert Sesselmann foi eleito administrador distrital, cargo equivalente ao de prefeito, com cerca de 52,8% dos votos, o que indica também um crescimento do partido a nível nacional nas eleições futuras.
Sesselmann foi eleito com a bandeira da necessidade de um acordo de paz com Moscou a respeito da invasão da Ucrânia e se opôs ao apoio militar da Alemanha a Kiev,também se criticou a imigração e o que chama de crescente “islamização” da Alemanha.
Na Suécia, nas últimas eleições parlamentares, o partido “Democratas Suecos” (SD), de bandeira fervorosamente anti-imigração, fundado por simpatizantes nazistas e durante décadas completamente rejeitado pelo sistema, tornou-se o maior partido do país, com cerca de 73 deputados eleitos.
ESQUERDA QUE NÃO COMPARECE
A ascensão da extrema-direita pelo Globo não deve ser creditada a um surto fascista da população, mas sim ao completo fracasso, como não poderia deixar de ser, da política neoliberal junto ao conjunto da população.
Os partidos de centro que por décadas dominaram o cenário político são hoje um completo zero à esquerda junto à opinião pública e a esquerda ao não ter coragem de se lançar em uma política que rompa com os partidos ditos centristas passa a ser vista pela população como parte do sistema que a esmaga, deixando o caminho aberto para a demagogia da extrema-direita que passa a encarnar o papel de inimiga do sistema aos olhos da população.
É preciso que a esquerda rompa com os partidos da “direita cheirosa” denominados de partidos centristas e passe a defender uma política de completa oposição ao neoliberalismo, que toque nos problemas fundamentais da população que são os problemas econômicos, só assim a política demagógica apresentada pela extrema-direita poderá ser combatida.
