Israel atacou, na noite desta terça-feira (14), o hospital al-Shifa, na Faixa de Gaza. Mais cedo o repórter da Al Jazeera Tareq Abu Azzoum já havia denunciado que os israelenses estavam se preparando para invadir o hospital, em mais um crime de guerra cometido pelo sionistas. Dentro do hospital, há cerca de 7.500 palestinos, incluindo pacientes, médicos e refugiados.
Israel aponta que existem alguns centros de comando militar do Hamas dentro do hospital, o que justificaria o massacre de milhares de civis palestinos. Na realidade, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) é apenas um pretexto para dar continuidade ao massacre de palestinos e à política de expulsá-los da Palestina.
Essa sempre foi a política de Israel, como comprova o Plano Dalet, elaborado durante a Naqba, entre o outono de 1947 e a primavera de 1948, pelo Haganá, milícia do Mapei, partido do primeiro primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion.
No momento da ocupação, milhares de pessoas permaneciam no al-Shifa, segundo o médico Ahmed Mokhallalati. Ele afirmou que 650 pacientes ainda estavam no hospital, incluindo cerca de 100 em estado crítico. Ele disse que a instalação também estava abrigando de 2.000 a 3.000 refugiados, além de 700 profissionais de saúde e administradores.
“Os refugiados são civis – mulheres, crianças, famílias inteiras estão no hospital”, disse Mokhallalati à Al Jazeera. “As pessoas aqui foram atingidas pelo medo devido à incerteza sobre como o ataque se desdobrará.” Mokhallalati acrescentou que os bombardeios e tiros ao redor do hospital têm sido contínuos ao longo das últimas quatro horas antes da invasão.
O Artigo 19 da Quarta Convenção de Genebra, por exemplo, estabelece a proteção de hospitais civis contra ataques e proíbe expressamente atos de violência destinados a espalhar o terror entre a população civil. Além disso, o Estatuto de Roma, que estabelece a base para o funcionamento do Tribunal Penal Internacional, considera ataques deliberados contra instalações médicas durante conflitos armados como crimes de guerra.
Antes da invasão, o historiador israelense e antissionista Norman Finkelstein ironizou em sua conta X (ex-Twitter): “é relatado que Israel está prestes a invadir al-Shifa. Não se surpreenda se encontrar cópias do Mein Kampf nas incubadoras”.