O golpe de 1953 no Irã, conhecido como “Operação Ajax”, foi um evento marcante na história do país. Foi uma operação conjunta entre a agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA, e o serviço de inteligência da Inglaterra, o MI6, com o objetivo de derrubar o primeiro-ministro iraniano Mohammad Mosaddegh. Embora os Estados Unidos tenham admitido formalmente sua participação no golpe, a Inglaterra se recusa a fazê-lo.
“Há boas razões para reconhecer o papel do Reino Unido com os EUA em 1953 na derrubada dos desenvolvimentos democráticos […] Ao admitir que erramos ao fazê-lo e prejudicamos os passos que estavam se desenvolvendo em direção a um Irã democrático, tornamos as reformas agora um pouco mais prováveis”, afirmou David Owen, ex-secretário de Relações Exteriores britânico.
Em 1951, Mohammad Mosaddegh foi nomeado primeiro-ministro do Irã após a nacionalização de uma companhia petrolífera britânica no país. A nacionalização do petróleo iraniano foi um movimento popular que visava recuperar o controle dos recursos naturais do país. Isso resultou em uma forte reação do governo britânico, que estava perdendo sua influência na região.
A Participação da Inglaterra
O primeiro-ministro britânico Winston Churchill e o presidente americano Dwight Eisenhower colaboraram na operação. Os serviços de inteligência da Inglaterra e dos Estados Unidos começaram a planejar o golpe, que foi renomeado como “Operação Ajax”.
O plano consistia em subornar políticos iranianos, oficiais de segurança e militares de alto escalão, além de lançar uma intensa campanha de propaganda anti-Mosaddegh. O objetivo era instigar uma revolta popular contra o primeiro-ministro iraniano e trazer de volta ao poder o Xá Mohammad Reza Pahlavi.
O plano foi bem-sucedido e o Xá Pahlavi governou o Irã com mão de ferro, reprimindo a oposição política e promovendo uma política econômica desigual. Isso levou a um crescente descontentamento popular, culminando na Revolução Islâmica de 1978, que resultou na instauração de um governo teocrático sob a liderança do aiatolá Khomeini.
A Recusa em Reconhecer
Enquanto os Estados Unidos admitiram oficialmente sua participação no golpe de 1953 há uma década, a posição oficial da Inglaterra é de não comentar assuntos de inteligência. Essa recusa em reconhecer seu papel no golpe tem sido criticada por muitos, incluindo o ex-secretário de Relações Exteriores britânico, David Owen. Repetindo sua fala:
“Há boas razões para reconhecer o papel do Reino Unido com os EUA em 1953 na derrubada dos desenvolvimentos democráticos […] Ao admitir que erramos ao fazê-lo e prejudicamos os passos que estavam se desenvolvendo em direção a um Irã democrático, tornamos as reformas agora um pouco mais prováveis”.