Nesta quarta-feira, 16, a subsecretária de Assuntos políticos do Departamento de Estado norte-americano, Victoria Nuland, elevou o tom contra o governo brasileiro, afirmando que o Brasil precisa se posicionar a favor da Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Nuland, que é a responsável direta pela organização do golpe de 2014 na Ucrânia, que serviu para por Zelensky no poder e impulsionar a guerra contra a Rússia, tomou essa iniciativa como forma de demarcar posição a respeito da política dos Estados Unidos na guerra.
“Se [o Brasil] tivesse um grande vizinho pegando pedaços de seu território e o invadindo com militares, esperaria e ansiaria pelo apoio da comunidade democrática para resistir e repelir isso? Trata-se de defender a Carta da ONU e as regras do mundo que permitiram que nossos filhos crescessem em um ambiente internacional relativamente civilizado”, declarou a subsecretária.
O fato é que Lula utilizou o encontro com Joe Biden, presidentes dos Estados Unidos, como forma de defender a sua própria política, em defesa da paz, algo que não interessa ao imperialismo. A campanha de Lula surtiu efeito, e o governo norte-americano não pode confrontar de maneira direta essa campanha. No entanto, como Lula se utilizou de uma visita aos Estados Unidos para fazer campanha contra a guerra, uma das principais representantes da ala linha dura do imperialismo foi obrigada a agir.
Nuland não apenas pressiona o Brasil – na prática, o imperialismo sabe que Lula não mudará de posição –, mas principalmente busca enfatizar qual é de fato a política dos Estados Unidos para a guerra. A embaixadora deixou claro em suas declarações que para o imperialismo não interessa a paz, mas sim o prosseguimento dos conflitos na região.
Em entrevista à CNN Lula foi diversas vezes pressionado a se declarar favorável àa Ucrânia na guerra, algo que buscou em inúmeras vezes desviar e apontar que o Brasil não tomará lado da Ucrânia no conflito. A posição de paz é vista pelo imperialismo como uma defesa velada dos interesses russos na guerra. A própria Rússia não vê problemas com a política internacional brasileira e não requisita um apoio formal, mas o imperialismo não pode aceitar que um país da importância do Brasil se coloque frontalmente contra a guerra.
Victoria Nuland, em suas declarações, deixa claro que o imperialismo está perdendo a paciência com o governo Lula. Em apenas dois meses de governo, o presidente vem se demonstrando muito mais à esquerda do que em seus governos anteriores, e não só isso, buscando a todo momento fortalecer o BRICS e determinar de maneira clara uma posição independente do Brasil no terreno internacional.
A cobrança dos Estados Unidos é uma forma de pressionar o governo e principalmente de buscar orquestrar uma campanha contra o governo brasileiro. Lula não serve aos interesses do imperialismo e cada vez mais se coloca com um frontal opositor a essa política.
Defendendo os interesses da economia nacional e a soberania do País, Lula tornou-se um problema para os Estados Unidos na América Latina.